A China se prepara intensamente para virar a primeira economia do mundo. A projeção mais recente da Goldman Sachs sobre o ano da ultrapassagem é 2026, quando o PIB chinês se tornará maior do que o dos EUA.
Mas pode acontecer antes, pela diferença de crescimento das duas economias. No momento, a China ainda cresce a mais de 8% ao ano, contra 2%, se tanto, nos EUA. Nos cinco anos da Grande Recessão (2008 a 2012), a China terá avançado cerca de 60% contra apenas um dígito nos EUA.
Além de alterar a geopolítica mundial, o avanço planetário chinês começa a bater de frente contra “interesses brasileiros” – expressão que não gostamos de usar, como se o Brasil não devesse ter interesses no mundo -, mas cujo termo os americanos, entre outros, usam à vontade, quando se referem aos “American interests”.
Exemplifico o embate de interesses sino-brasileiros com o formidável avanço dos capitais e das empresas chinesas em países africanos, especialmente os lusófonos, como Angola e Moçambique.
A língua portuguesa e nossas identidades culturais deveriam ser mecanismos facilitadores de uma aproximação muito mais efetiva do que a alcançada até hoje, mesmo com os importantes esforços do Conselho Empresarial da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) que, ainda no mês passado, realizou mais um encontro no Brasil.
Não se trata apenas de promover encontros periódicos. As agendas e, portanto, os interesses de longo prazo dos países componentes de um “bloco” regional ou cultural devem convergir, mediante a troca mais frequente de oportunidades.
Recentemente, uma posição minoritária significativa da empresa de eletricidade portuguesa EDP foi posta à venda e arrematada por quem? Pelos chineses. A EDP é sócia de diversos empreendimentos energéticos no Brasil, o que coloca nossos amigos chineses mais próximos da matriz energética nacional.
A Eletrobras, no entanto, que tem interesse manifesto na internacionalização, deixou passar a oportunidade na EDP. O mesmo acontecera antes em relação à Galp, petroleira de Portugal.
Mas é na América do Sul que se percebe de perto o avanço dos interesses chineses em confronto à posição brasileira e, por extensão, aos supostos interesses do Mercosul (quais?).
Enquanto Brasil e Argentina se bicam como gente grande, a China avança discretamente, sobretudo no território financeiro. Acaba de propor ideia interessante ao BID: um fundo de infraestrutura bilionário, em iuanes – note bem -, de modo a promover a adoção da moeda chinesa como referência mundial e reserva de valor.
A modernização do seu sistema financeiro é, hoje, o “interesse” chinês de mais alto nível. Grandes consultorias têm sido contratadas pelo governo de Pequim a fim de se vencer, no menor tempo possível, a lista de condicionalidades necessária ao alcance desse objetivo.
Para tanto, os chineses se empenham em liderar uma rede mundial de informações sobre empresas e riscos, lançando suas agências de rating num plano global. Não consta que o Brasil esteja cogitando desse “interesse”.
No entanto, tal agência de molde global, com o Brasil em boa posição, é uma das resoluções diplomáticas da Cimeira Ibero-americana desde 2003. No papel está lá, mas na ação, ainda não. São essas diferenças de posicionamento que nos roubarão espaço e oportunidades no mundo, num futuro próximo.
Fonte: Brasil Econômico, 10/02/2012
Os interesses brasileiros estão em Cuba…e nas futricas com a Argentina..medindo o tamanho das duas economias juntas,não temo um México….pois então…os resultados serão proporcionais….claro que com maior prejuízo ainda…já que nestes dois micro mercados…os chineses também devem meter dentes…
no brasil falta homes que levem a coisa seria,deria ter mas seriedade no que fazem porque estao perdendo oportunidades que nao tinhamos,e agora deixar escapar, no alge que esta brasil falta de compromisso com o povo ea naçao