Com o processo de impeachment que condenou sumariamente Fernando Lugo à perda da Presidência da República paraguaia, apressou-se a entrada da Venezuela no Mercosul.
A geopolítica sulamericana merece comentários graças ao primeiro parágrafo: 1- a destituição de Lugo causou mal-estar internacional porque tem sido reafirmado pelos observadores que não se lhe garantiu ampla defesa e contraditório no processo; 2- o mal-estar se tornou verdadeiro imbróglio internacional ao colocar o Paraguai em estado de isolamento diplomático perante o Mercosul – com a sua suspensão –, a OEA (Organização dos Estados Americanos) e a Unasul. Tudo indica que tais organismos internacionais regionais condenarão o afastamento do “ex” (?) presidente paraguaio; 3- fica provado que as quase debutantes democracias da América Latina não se desvencilharam do golpismo e da ideia paternal – e brutal – de phallus posto (ou imposto) no poder.
Há coincidências lamentáveis nisso tudo: no mesmo dia em que o Paraguai, o país do centro do continente, permaneceu suspenso do Mercosul, a organização aprovou a entrada da Venezuela, nação do norte, ao grupo do sul. E no mesmo dia em que a organização esticou seus braços do extremo frio da Patagônia às águas quentes do Mar do Caribe, o governo do centro permaneceu sem direito a voto – e o Paraguai é simplesmente um dos quatro fundadores do Mercosul (juntamente com Brasil, Argentina e Uruguai).
Isso dá a impressão de que se aproveitou (no sentido nefasto da palavra) da crise paraguaia para selar o sonho de Chávez em integrar o país do norte ao bloco do sul. E se isso aconteceu, mesmo que governados por mulheres, de algum modo Brasil e Argentina deram azo para que no Mercosul adentrasse a Venezuela em momento no mínimo impróprio (o de grave instabilidade político-governamental de um dos fundadores do Mercosul, o Paraguai). Neste sentido, repito o que afirmei anteriormente – e mesmo que nos dois maiores países do Mercosul as governantes sejam mulheres: as quase debutantes democracias da América Latina não se desvencilharam do golpismo e da ideia paternal – e brutal – de phallus posto (ou imposto) no poder; e isto se deve a um fato: as Presidentes de Brasil e Argentina são alinhadas politicamente a Hugo Chávez, e, por isso, este foi erigido à condição de Chefe de Estado de nação-membro de um Mercosul em estado de morte cerebral.
O interessante é que ninguém percebeu que Kirchner e Dilma, a exemplo de Pilatos, lavaram as mãos e estão a aparecer bem na fita – aos olhos dos tolos –, de um modo ou de outro, senão vejamos: elas condenam a queda sumária de Fernando Lugo; mas nos bastidores “chavistas” as Presidentes de Brasil e Argentina se aproveitaram do momento de sofrimento do povo paraguaio para promover a entrada da Venezuela no Mercosul.
Dilma deu golpe branco no paraguai
Kirchner e Dilma têm phallus? Não são poucos os que acham que sim! Talvez esta seja a explicação para tanta truculência. São personalidadedes medonhas – tanto ou mais que Chávez. Sou contra a Venezuela no Mercosul ou em qualquer instituição democrática nacional ou internacional.
Dilma é PHALLUS mesmo, e daí?
Excelente matéria Pagliarini.
Eu, particularmente, não via problema na entrada da Venezuela no bloco, mesmo porque positiva para o comércio brasileiro.
O problema foi como se deu essa entrada.
É como se tivessem aproveitado do “golpe” de lá, pra dar um “golpe” de cá!
Parece que ainda há muita água para passar debaixo dessa ponte: O que dirá a OEA? A ordem democrática Paraguaia foi comprometida? A ordem democrática Venezuelana foi comprometida?
O fato é que, possivelmente, todos terão que aprender a conviver em harmonia para observar os interesses comerciais do Bloco e de suas nações.
Se já tivéssemos à frente das relações internacionais do Brasil pessoas competentes e desenvolvimentistas como Aécio Neves e Francisco Rezek, os senhores Hugo Chávez e Evo Morales, nem a dona Kirchner não estariam com esta bola toda. Parabéns mais uma vez ao meu ex-professor Alexandre Coutinho Pagliarini pela habitual lucidez. Parabéns Millenium! Artigo divulgado!
prezado lucas, concordo contigo. o problema é que estão a transformar um organismo internacional (o mercosul) em palco político para uma pseudo-esquerda altamente corrupta e nacionalista, como é esta formada por dilma, evo, chávez e Kirchner. obrigado pelo comentário. sugiro que coloquem o site do MILLENIUM entre os favoritos dos mestrandos da puc do paraná. aqui há sempre excelentes textos e campo aberto para a liberdade de expressão. abraços. alexandre coutinho pagliarini
Professor Alexandre Coutinho Pagliarini, você é de esquerda, de centro ou de direita?
Este Alexandre Coutinho Pagliarini “matou a pau”!!!!!!!
Dilma (José Dirceu, Lula e companhia), mais Chávez, Morales e Kirchner são, em conjunto, um grupo que representa real e iminente perigo contra a democracia em nosso surrado continente.
Curioso é que assim que houve o golpe surgiram muitos pseudoespecialistas em Paraguai, glorificando a legalidade do processo que durou menos que se recorrer a multa de transito e ainda fazendo um discurso anti-bolivariano pueril, como se Paraguai e Colombia tivessem mais democracia que o Brasil, Bolivia, Equador ou Venezuela. Muito pelo Contrário.
Coisa boa para os golpistas Paraguaios. Tiveram o troco.
Caro Alexandre Pagliarini, é uma vergonha o que acontece na América Latina! Por favor nunca páre de escrever artigos!
Dona Dilma tem phallus?