Marcos Troyjo, economista e diretor do BricLab da Columbia University, fala a revista “The Economist” sobre a posição do Brasil nos Brics. Ao ser questionado sobre se o país de fato pertence ao bloco, Troyjo afirma que o crescimento brasileiro é lento em comparação a Índia e China, particularmente no setor de inovação. Porém, para o economista, o país possui condições financeiras e vontade política para se tornar uma “sociedade tecnológica”, o que o Brasil não tem é um plano. “Ter um plano significa ter um bom diagnóstico e ler o mundo corretamente”, diz. Para ele, “o Brasil não pode se tornar uma sociedade tecnológica com apenas 1% do PIB destinado a pesquisa e desenvolvimento”. Apesar disso, Troyjo identifica algumas pequenas melhorias e mudanças em curso e considera, por exemplo, a Embrapa como “o MIT da agricultura no Brasil”.
Assista a entrevista completa (em inglês) abaixo:
Nossa máquina administrativa encastelada em Brasilia, na verdade não tem vontade política para adotar um plano realista de desenvolvimento. Ou então se recusa a ler, entender e seguir os exemplos dos países asiáticos adotados em seu crescimento econômico, e que deram certo. Se temos 38% de cidadãos com formação universitária com nível insuficiente em leitura e escrita, é provável que não temos um plano de desenvolvimento por ignorância. A ignorância nos conduz pelo caminho do individualismo, das tentativas frustradas, do mau uso dos recursos abundantes gerados pela sociedade e de outros recursos à nossa disposição. É lamentável, pois já demos provas de que em nosso país, quando nos dedicamos de corpo e alma a um projeto bem planejado somos bem sucedidos. É o caso do agro negócio, da EMBRAPA, de negócios empresariais e projetos educacionais de enorme sucesso.