Em apenas 50 dias de campanha, 22 assassinatos envolvendo políticos já ocorreram em todo o Brasil. O número já é 22% maior do que nas eleições de 2010, onde houve 18 mortes em 118 dias.
A insegurança política levou 410 municípios a pedirem à Justiça Eleitoral reforço da Força de Segurança Nacional. O caso mais recente foi em Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio, onde os juízes das zonas eleitorais 104ª e 151ª anunciaram ontem que vão pedir ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) a antecipação do reforço de segurança pelas tropas federais. A decisão foi tomada após Wellington Campos, um dos coordenadores de campanha do candidato a prefeito Helil Cardozo (PMDB), ter seu carro alvejado por sete tiros, em frente ao comitê de campanha. Para o juiz da 151ª Zona Eleitoral, Marcelo Villas, a motivação foi política.
Especialistas falam em coronelismo
O estado que mais requisitou a Força Nacional é o Piauí, com solicitações em 135 cidades. Em seguida vem Rio Grande do Norte, com 112. Por região, o Nordeste foi a que mais pediu reforço, com 305 pedidos, entre os quais o de Senador La Roque. No Norte, o Pará lidera com 39 cidades, e Amazonas tem 38.
Nos estados mais ricos, no Sul e no Sudeste, apenas o Rio pediu envio da tropa, para impedir o domínio de candidatos do tráfico e da milícia na capital, sobretudo nas zonas Norte e Oeste.
O primeiro estado a ter solicitações atendidas pelo Tribunal Superior Eleitoral foi o Amazonas, palco de dois assassinatos e com um histórico de violência eleitoral. O voto na Amazônia Legal está ligado à disputa pela terra: as figuras de grileiros e cabos eleitorais se misturam nas cidades que já tiveram seu pleito por segurança atendido — Maués, Manicoré e Novo Airão.
A professora de Direito Eleitoral da Uerj e presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB-RJ Vânia Siciliano afirma que a questão não é cultural, “mas, sim, dos feudos de políticos ligados ao velho coronelismo de Norte e Nordeste, que oprime e persegue oposicionistas”. Imagina o que é tentar fazer fiscalização no Maranhão e em Alagoas? É complicado, eles matam mesmo, diz, professora Vânia, que atua na área eleitoral há 24 anos.
Fonte: O Globo
A intervenção do governa na economia cria grupos de privilégios.Estes lutam desesperadamente entre si ou para mantê-los ou garantir mais concessoes às custas da maioria. A garantia dos privilégios de grupos sob o manto do governo, o aparelho da força, é toda a motivação desta luta. Se prevalecesse um ambiente de livre mercado, estas coisas não existiriam. A intervenção do governo na economia, que restringe o alcance do mercado é a origem de onde emana as razões destes pequenos conflitos. Pode inclusive ficar mmaior e mais violento. A professora Vânia é muito tímida no seu diagnóstico, um pouco mais de esforço teria chegado à verdadeira raiz do problema e assim deduzido qual a medicina a ser seguida. Reforçar este ambiente com mais polícia pode até ajudar momentâneamente e evitar o pior, mas não eliminou o mal e não passa de paliativo já que a causa sequer foi tocada. Além do mais, a propria presença da polícia já é um indicativo claro de que a violencia chegou à beira da guerra civil.