Na semana passada, a Juventude do Partido dos Trabalhadores organizou em Brasília um evento para arrecadar fundos que serão destinados aos mensaleiros, de modo a auxiliar esses condenados no pagamento de suas respectivas multas, determinadas pela justiça – graças ao que aprontaram. No entanto, cerca de 150 pessoas compareceram ao jantar, desembolsando de R$ 100,00 a R$ 1000,00, sendo que àqueles não estiveram presentes também tiveram a oportunidade de contribuir, fazendo a cerimônia superar as expectativas de arrecadação, de acordo com os próprios organizadores. O que motivou os jovens a esse tipo de ação foi uma suposta injustiça que havia sido cometida com Dirceu, Genuíno, João Paulo Cunha, Delúbio Soares e Companhia. Tadinhos, não?
Primeiramente, cabe ressaltar: pois é, leitor, você leu certo, o objetivo não foi para desenvolver alguma ação social ou algum bem ao próximo, o evento é para, apenas e tão somente, financiar pessoas influentes, algumas, ainda, do alto escalão de um partido – que, atualmente, é o que manda no governo em âmbito federal– que foram condenadas pelo supremo por desviarem verba pública para a compra de apoio político. Talvez esses “jovens paladinos da justiça” tenham se esquecido desse detalhe, mas foi o então ex-presidente Lula quem indicou os ministros que votaram pela condenação das figurinhas citadas acima, apesar das trapalhadas de Lewandowisk e Toffoli, que vestiram a camisa da defesa– há quem diga, ainda, que vestiram até a própria camisa do PT – o que torna estranho falar que havia um interesse em condenar os petistas, até porque o partido ainda goza de absurda força política e popular.
Não há outra explicação ou são jovens que ignoram aquilo que se chama de caráter e colocam acima de tudo, seus interesses futuros e, para isso, puxam o saco de seus respectivos chefes ou são ingênuos –desprovidos de inteligência– ao ponto de acharem, mesmo, que tudo isso é uma conspiração de sei lá quem. Sem falar que esses “caridosos” que organizam o convescote deveriam estar preocupados com os reais problemas do Brasil ou da própria juventude, que hoje ainda é vulnerável a uma série de questões envoltas às drogas, abuso sexual, desemprego, baixa escolaridade dentre outras. Vale lembrar que, para Dirceu e companhia sonharem e ficar pobres novamente, a multa deveria ser de um valor infinitamente maior, talvez até as forças sobrenaturais têm dificuldade em de saber a real a dimensão do “recheio monetário” que habita as contas do então injustiçados. Até porque o que se sabe do mensalão, foi graças à uma corajosa denúncia de Roberto Jeffesson, ou seja, apenas o que ele sabia. Mas será que o buraco é, ainda, mais fundo? Será que esses petistas condenados não têm mais nem um pouquinho de história e dinheiro escondidos?
Para os jovens que buscam novidade, vale a dica, podem pesquisar sobre como Dirceu conseguiu financiar a campanha do primeiro mandato de Lula, eis a questão, será o que, nesse período, o partido tinha caixa para as tais viagens pelo Brasil? Como foi eu não arrisco a afirmar, mas tenho certeza de que não foi com jantares organizados por jovens, menos ainda, foi lutando contra a ditadura, como essas figuras costumas se vangloriar até justificar supostos deslizes.
A juventude é uma fase em que uma série de atividades novas são desenvolvidas, com mais autonomia, um período de transição que abrange, inclusive, pedaços da vida adulta. Essa fase exige esforço e alta capacidade de superar desafios e encarar realidades e responsabilidades, que até então a pessoa não tinha total conhecimento. Na política, não é diferente, a juventude partidária é o coração do partido e é de lá que a agremiação irá formar seu novo quadro de lideranças que têm a responsabilidade de tornar perene àquilo que organização tem de bom e de extirpar, gradualmente, o que ela tem de errado e, neste caso em específico que trata o presente texto, o que se entende é que o interesse de alguns “peixões” em proliferar a podridão já integra o pensamento de alguns daqueles que, ainda, estão iniciando a vida política no partido em questão.
Vale citar a fala da deputada federal Érika Kokay (PT-DF) ao portal Terra, durante o evento: “Acho importante esse trabalho social do PT. Comprei esse ingresso porque confio no que o partido faz”. Trabalho social? É evidente que tal absurdo não carece de argumentos.
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