Uma série de fatores determinam o sucesso ou o fracasso dos novos empreendimentos no Brasil e no mundo. De um lado da balança estão os aspectos que podem contribuir para a vitória dos empreendedores como a boa gestão de recursos financeiros, a inovação, o capital humano e a experiência no mercado. No outro lado, estão os pesos que puxam as micro e pequenas empresas (MPEs) para baixo como o excesso de burocracia, a alta carga tributária e as leis trabalhistas anacrônicas. Em comparação com os países do Brics, o empreendedorismo das MPEs chinesas supera o das brasileiras. O Brasil ocupa a 61ª posição no ranking dos melhores países para fazer negócios, realizado pela Bloomberg. Ficamos atrás da China (24º), Índia (54º) e Rússia (56º).
O presidente do Conselho Empresarial de Jovens Empreendedores da ACRJ e especialista do Instituto Millenium, Paulo Gontijo, destaca a composição de custos que oneram a produção como o pagamento de aluguel e encargos como uma das ameaças as metas do pequeno e médio empreendedor.
Em depoimento publicado no portal de pequenas e médias empresas do “Estadão”, o executivo Renato Steinberg, da Fashion.me, diz que levou 3 meses para abrir a filial brasileira. Para se ter uma noção de como estamos atrasados em relação a outros países, Steinberg cita o caso da Inglaterra, onde a instalação das empresas é feita pela internet, em 40 minutos e ao custo de 40 libras. Ele lembra que nos países desenvolvidos os acordos de contratação são feitos diretamente com os funcionários, sem restrições como a CLT. O empresário também ressalta as dificuldades com contratos de aluguel do escritório, o controle da contabilidade e até no registro de marcas.
Há um consenso de que empreender no Brasil exige muita coragem e determinação. Gontijo ressalta as preocupações com empregados, manutenção do escritório, impostos e, além de tudo isso, é preciso vender seu produto ou serviço. Sem dúvida nenhuma exige persistência e vontade de correr riscos.
Pesquisas mostram que, apesar do ambiente hostil aos negócios, as empresas tem alcançado êxito. De cada 10 novas empresas 7 ultrapassam a barreira dos 2 anos no Brasil, segundo uma pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). A taxa nacional de sobrevivência das empresas é de 73%. A região Sudeste tem o maior índice de sobrevivência empresarial, 76,4%.
Gontijo acredita que o Brasil precisa desenvolver uma cultura empreendedora. Para ele, os avanços pontuais não são suficientes para alavancar o setor. “Falta uma mudança cultural onde se valorize o sucesso e se entenda o fracassar e recomeçar como uma parte natural do processo de aprendizagem. Além disso, é fundamental que existam menos barreiras de entrada. Ou seja, menos procedimentos para abrir uma empresa, menos impostos sobre o faturamento, mais crédito para as pequenas empresas ao invés de financiamentos para as grandes”, conclui.
Paulo, mesmo assim você acha vantajoso abrir uma empresa, mesmo para quem é autonomo como eu?
Estou neste dilema. Sou videomaker “freelancer” como se diz, mas estou pensando em me “oficializar”.
Mas diante disso que foi colocado no teu texto. Tenho minhas dúvidas.
Quais as vantagens e desvantagens de se oficializar?