A verdade sobre o tráfico de pessoas e a prostituição infantil na Europa
Todos os anos, milhares de jovens são vítimas do esquema de tráfico de pessoas na Europa. Em “À venda” (Ed. Best Seller), a romena Iana Matei faz um relato sensível e realista das histórias que ouviu quando trabalhava num abrigo de assistência de vítimas de abuso sexual na Romênia. O sofrimento das adolescentes é narrado de forma direta, sem hesitações ou pudores, numa obra que faz refletir sobre o valor da vida e da dignidade humana.
A cada ano, várias jovens são arrancadas precocemente de suas infâncias em seus países de origem e forçadas a se prostituírem nas ruas da Europa. Tratadas como pedaços de carne, essas meninas são vítimas de um poderoso esquema de corrupção e tráfico de humanos, no qual até mesmo as autoridades estão envolvidas.
Os países do Leste Europeu são os maiores fornecedores de prostitutas do continente, com aproximadamente 300 mil mulheres. A maioria delas é vendida e revendida várias vezes sob os olhos negligentes da sociedade e convivem com a ameaça de serem mortas e espancadas por seus cafetões e traficantes.
Em meio a tanta dor, algumas meninas tiveram a sorte de encontrar alguém como Iana Matei, psicóloga que foi responsável durante dez anos por um abrigo de vítimas de abuso sexual e tráfico de humanos na Europa. Nesse abrigo, Iana conheceu de perto o sofrimento e a humilhação pelos quais passam as jovens e viu a perseguição constante dos traficantes as garotas.
Livro narra o drama das escravas sexuais do ex-ditador Muamar Kadafi
Soraya tinha quinze anos quando o ex-ditador da Líbia Muamar Kadafi foi visitar a escola onde ela estudava. No momento em que ela lhe estendeu um buquê de flores, ele colocou a mão na cabeça da menina e acariciou seus cabelos. Era o gesto secreto que sinalizava a suas guarda-costas que ele a havia escolhido. A adolescente foi, então, raptada e, durante sete anos, foi estuprada, espancada, forçada a consumir álcool e cocaína e depois integrada às tropas das “amazonas” de Kadafi. A chocante história foi revelada ao mundo pela jornalista francesa Annick Cojean em “O harém de Kadafi” (Versus, 2012).
Intrigada pela ausência de mulheres nos movimentos populares que derrubaram o ditador Muamar Kadafi, Cojean decidiu visitar a Líbia para investigar a participação feminina e acabou conhecendo Soraya. A mulher de 22 anos não desejava a morte do ditador, queria que ele pagasse por seus crimes numa corte internacional.
Na obra, a renomada jornalista dá voz a Soraya e outras vítimas, desvelando um aspecto pouco conhecido da ditadura de Kadafi – o abuso de drogas que estimulava a megalomania sangrenta do ditador e o cruel abuso sexual de jovens líbias, escolhidas entre aquelas que lhe chamassem atenção.
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