A situação se deteriora rapidamente na Península da Coréia. O líder norte-coreano se parece com o famoso personagem alucinado do grande filme de Kubrick, Strangelove – magistralmente interpretado por Peter Sellers – que por amar tanto a bomba atômica, termina por cavalgar o míssil que a transporta e, como um cowboy, rodopia aos gritos seu chapéu de aba larga.
O excelente ministro do Exterior russo, Serguei Lavrov, disse a propósito da Coréia do Norte que os governos devem ser avaliados pelos seus atos e não por seus discursos, mas que havia muita preocupação com o rumo dos acontecimentos na região.De fato, o regime de PyongYang é famoso pelo histrionismo e pela capacidade de organizar eventos furiosos de massa que nem Hitler, nem Stalin conseguiram montar.O problema é que esse regime tem hoje um arsenal nuclear com alcance suficiente para destruir a capital sul-coreana Seul e talvez mesmo atingir o Japão. A China tradicional protetora da Coréia do Norte está dando sinais de alarme e aconselhando moderação ao líder Kim Jong Hun, que já está em ponto de fervura.
O problema maior , a meu ver, é que a partir de um certo ponto a irracionalidade pode entrar em rumo incontrolável de frenesi, um verdadeiro “piloto automático” como o de Strangelove levando suas palavras a se transformarem em atos terríveis.Nessa hipótese, Kim Jong Un ordenaria um ataque total ou parcialmente nuclear à Coréia do Sul causando destruição maciça. Nesse caso, o governo de Seul -e certamente os Estados Unidos que o apoiam – lançariam um ataque devastador contra Pyong Yang e suas forças militares.
É um cenário hoje infelizmente plausível, que poderia levar a consequências muito graves. Uma guerra é sempre um processo cujo início se pode conhecer mas que dificilmente segue um caminho lógico e previsível.
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