O descompasso entre a carga tributária brasileira e a qualidade dos serviços prestados à população não é o único problema apontado pela edição desta semana da revista “Exame”, que traz uma reportagem especial sobre os principais problemas e distorções do sistema tributário no país. A publicação destaca dados do Banco Mundial, que revelam um sistema tributário complexo e intrincado: as empresas brasileiras gastam em média 2.600 horas anuais com papéis burocráticos, tempo dez vezes superior à média mundial.
Mesmo com apenas 0,9% de crescimento econômico em 2012, o governo bateu recordes de arrecadação. Segunda a reportagem “a coleta de impostos aos cofres federal, estaduais e municipais cresceu 1,2% e alcançou 1,6 trilhão de reais”. A revista lembra ainda que pela primeira vez apenas os tributos federais bateram a soma de um trilhão de reais. Mesmo com medidas pontuais de desoneração a arrecadação mantém ritmo de crescimento.
O economista e colaborador do Instituto Millenium Raul Velloso desacredita em uma reforma tributária. “Não existe espaço para uma discussão sensata sobre a reforma porque ninguém quer perder dinheiro”, disse à revista. O sistema tributário brasileiro opera em favor do aumento da arrecadação. Como exemplo, a reportagem afirma que “a profusão dos tributos é uma demonstração” da natureza arrecadatória: “São seis tributos sobre bens e serviços (IPI, Cofins, PIS, Cide, ICMS e ISS) e dois sobre o lucro (IRPJ e CSLL)”.
A revista destaca também os “penduricalhos fiscais” que pesam as folhas de pagamento e tornam o trabalhador quase duas vezes mais caro que o próprio salário para as empresas.
Fonte: revista “Exame”
Descomplicar os tributos é fácil, difícil é melhorar a mentalidade de nosso povo e de nossos líderes. O imposto único seria perfeitamente viável.