Por todo o país, as ações de vandalismo que ocorrem durante as manifestações populares causam danos a toda a sociedade. A mensuração desses impactos pode começar pelos gastos públicos para recuperação do patrimônio depredado. Somente no Rio de Janeiro, segundo a prefeitura, a destruição de lixeiras, pontos de ônibus e placas de sinalização, por exemplo, deve custar cerca de R$ 1,5 milhão aos cofres públicos.
Diretor do instituto A Voz do Cidadão e especialista do Millenium, Jorge Maranhão lembra que a população paga essa conta. “Esse não é um dinheiro da prefeitura. Os cidadãos, enquanto pagadores de impostos, vão arcar com esse custo”, pondera.
Antenor Barros Leal acrescenta que os episódios de destruição do patrimônio público e privado também geram um impacto negativo para a segurança e, consequentemente, para a imagem do país. Esse prejuízo, segundo evidencia o presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ) e especialista do Instituto Millenium, não entra em cálculos como o efetuado pela prefeitura do Rio.
“É difícil mensurar os prejuízos da sensação de insegurança. A imagem do país, um bem público de difícil construção, é perturbada por esses atos. A atitude violenta é uma ação privada de alguns poucos indivíduos, que brigam por interesses próprios, em prejuízo ao bem público”, analisa.
Outro dano imensurável é a privação da possibilidade de a população circular pelas cidades. “O direito de ir e vir dos cidadãos, tão fundamental à cidadania, é inviabilizado por esse estado de sítio momentâneo provocado pelos protestos violentos”, completa Maranhão.
Prejuízo às manifestações
Muito além dos impactos para a sociedade, os atos de vandalismo prejudicam ainda os protestos populares. Leal argumenta que as manifestações organizadas de forma pacífica pelos cidadãos são perturbadas pelos atos de vandalismo. “Os protestos são altamente positivos e fazem parte do processo democrático. E esse exercício da democracia vem sendo comprometido pelos casos de vandalismo”, opina.
Maranhão concorda que as manifestações, cuja essência é a necessidade de transparência no poder público, são prejudicadas pela infiltração de pessoas interessadas em praticar atos de violência. “É necessário abrir a ‘caixa preta’ do orçamento público. O ganho dessa transparência é muito maior. Mas não é pelas vias da depredação do patrimônio público e privado que se conseguirá algo na democracia”, acrescenta.
Para ele, a onda de vandalismo nas manifestações demonstra ainda uma falha das instituições que deveriam conter os atos contra o patrimônio público e privado. O especialista do Imil opina que tais episódios devem ser impedidos com inteligência policial. “Até a imprensa já identificou quem são essas pessoas que vêm organizando as agitações pelo Brasil afora e comprometendo as manifestações legítimas da população”, observa Maranhão.
Pensei nisso esses dias, mas também pensei que a roubalheira, a exploração do país, a corrupção tem causado com certeza maiores gastos, pq não demonstrar a perda que São Paulo tem com o trânsito e as horas que as pessoas fiam presas a ele?, gastos como esse que foram apontados são ínfimos.
Com certeza, perda com mortes oriundas da insegurança em nosso país, da falta de saúde, da falta de um transporte público eficiente, da falta de educação. Tais gastos são infinitamente incalculáveis ao país comparados aos citados acima. As pessoas estão cansadas da corrupção, desvio de dinheiro e da impunidade. Tem que agradecer!Pois o brasileiro é um povo acomodado e que ainda não fez nada! A propósito, tais vândalos são oriundos da ineficiência do aparato de segurança em nosso país (seja polícia, justiça, MP e leis ridículas!). Deixe a crise econômica afetar mais ainda o bolso do brasileiro pra ver onde vamos parar.