O ano de 2013 estava prestes a terminar quando o governo federal anunciou a mudança na cobrança do Imposto Sobre Operações Financeiras – IOF, para as operações envolvendo saques com moeda estrangeira, o uso de cartões de débito, saques no exterior e carregamento de cheques de viagem.
Essas operações eram tributadas a 0,38% e passaram a 6,38%. Um aumento de 1.679%.
A justificativa do governo federal foi de que o aumento aconteceu porque os gastos dos brasileiros no exterior têm sido excessivamente altos. Em novembro, foi deixado lá fora R$1,81 bilhão; em outubro, R$2,31 e setembro, R$2,16, conforme divulgação do Banco Central.
Isso, além de valorizar os produtos importados, também mantém em estoque os produtos nacionais, prejudicando a indústria, principalmente no que diz respeito ao emprego. Também cabe ressaltar que quanto mais dólares “consumidos” pelos brasileiros, mais a moeda nacional (o nosso Real) se desvaloriza, provocando outros efeitos colaterais.
É importante que os brasileiros entendam o processo e isso nos remete às aulas de economia, quando aprendemos que quanto maior a oferta, menor a procura e menor preço. Dólar valorizado, dólar caro. Real desvalorizado, real barato para o resto do mundo.
Quanto mais desvalorizada estiver a moeda nacional, mais prejudicada fica a exportação brasileira. Novamente a indústria e o comércio voltam a sofrer porque atinge diretamente o caixa dessas empresas.
A questão é bem mais abrangente porque a “raiz” do problema está fincada em nossa origem histórica.
Até o final do século XIX, o Brasil era comandado através do imperialismo, quando tudo ficava concentrado nas mãos da realeza. Não havia liberdade de expressão, não havia participação política, além do fato de ser uma época marcada pela exclusão social, provocada pelo regime de escravidão que gerava o atraso no desenvolvimento do país.
A insatisfação geral trouxe o sistema republicano que propunha maior participação da sociedade e autonomia dos estados, através da criação dos entes federados.
Infelizmente, não foi o que se viu porque a nação, efetivamente, viveu momentos de horror com os reflexos da ditadura.
Mais uma vez, os brasileiros mostraram a sua cara e gritaram por democracia de fato.
Logo a seguir, a constituição de 1988 “tentou” redistribuir a renda no país, concedendo autonomia aos estados e municípios, principalmente no que diz respeito à arrecadação, através da competência para instituir suas próprias leis.
Infelizmente, novamente veio a decepção porque a desconcentração da renda só aumenta desde então e a pobreza ainda se encontra instalada.
Nossa pátria enfrenta problemas muito graves de logística. Regiões com grande potencial de crescimento, como o centro-oeste, por exemplo, têm dificuldades de comercializar por conta de estradas esburacadas que oferecem risco de vida aos caminhoneiros, além de atrasos na entrega e aumento do custo logístico em razão desses atrasos.
A carga tributária que cresce a cada dia além do crescimento do Produto Interno Bruto (soma de todas as riquezas produzidas pelo país através do comércio, da indústria e da prestação de serviços) também é alarmante, principalmente por que “não consegue” financiar a máquina pública.
Consequentemente, investidores “pensam” duas vezes antes de se instalar por aqui. É o chamado Custo Brasil.
A verdade é que há um desequilíbrio muito grande na economia brasileira e os motivos são muitos.
Por hora, pretendo apenas que os leitores deste artigo tenham uma breve noção da realidade brasileira e da engrenagem chamada máquina publica.Conhecer a nossa história nos ajuda a entender os porquês.
Voltarei a tratar do assunto, mantendo o foco nos problemas enfrentados pela “pátria amada mãe gentil”, citando trecho do Hino Nacional Brasileiro.
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