Passarela é inaugurada, porém há desníveis na ciclovia, e urbanização da Favela do Metrô não avançou
A pouco mais de um mês da Copa do Mundo, o prefeito Eduardo Paes inaugurou nesta quinta-feira a passarela sobre a Avenida Radial Oeste, que liga o Maracanã à Quinta da Boa Vista. Além da estrutura, que, segundo Paes, vai funcionar como um grande calçadão para os moradores da vizinhança, o projeto do entorno do estádio incluiu outras intervenções que custaram cerca de R$ 109,5 milhões. Foram feitas obras de infraestrutura, e as calçadas e ciclovias passaram por remodelação. Houve ainda a instalação de nova iluminação e a execução de um projeto de paisagismo na área, que ganhou também uma pista de skate, de formato sinuoso.
A passarela, de 530 metros de extensão, tem iluminação cênica em LED e cobertura em lona. O equipamento, desenhado de maneira a acompanhar a estética do estádio, tem cinco metros de largura no vão livre e nove metros nas rampas. A estrutura já está sendo usada por moradores da região como área de lazer. Nesta quinta-feira, muitos caminhavam, corriam e passeavam com cachorro no local.
Para Paes, a entrega da passarela praticamente fecha o ciclo de inaugurações de equipamentos previstos para a Copa.
— Falta só uma obra de mobilidade, que é o BRT Transcarioca, que entregaremos no início de junho — disse Paes, que inaugurou a passarela junto com o governador Luiz Fernando Pezão.
Apesar de ter sido oficialmente entregue à população, a obra da passarela ainda aparenta estar sendo finalizada. Há trechos em que o cimento apresenta falhas junto ao gradil e, em alguns pontos, o piso é irregular. No entorno da passarela, o cenário também não lembra o de uma obra totalmente concluída. No trecho do lado de São Cristóvão, por exemplo, o asfalto, ainda fresco, foi colocado junto ao gramado próximo à pista de skate, sem nenhum tipo de arremate.
A ciclovia, que tem cerca de três quilômetros de extensão, já tem trechos com desnível, entre os portões 8 e 9 do Maracanã. Além disso, o trajeto da ciclovia acaba, de um lado, num canteiro de concreto, e, do outro, num dos muros do abandonado antigo Museu do Índio.
No lado do Maracanã, um pedaço da calçada próximo à passarela já cedeu. Pedestres e usuários da ciclovia apontam, ainda, que na área próxima à passarela, junto à calçada, dois bueiros da RioLuz estão desnivelados.
— Deve ser para fazer corrida com obstáculos — brincou um corredor, ao passar pelo local.
Segundo o prefeito, a presença de oficinas e algumas casas da Favela do Metrô, no entorno do Maracanã, não é um problema. No início do ano, a prefeitura chegou a derrubar parte da favela e anunciou a instalação de um polo automotivo no local. Para Paes, a retirada da favela e a instalação do polo automotivo no local nunca foram projetos relacionados à preparação da cidade para a Copa:
— O Rio é um lugar que tem favelas. A do Metrô é uma realidade da cidade. A gente tirou as pessoas que viviam ali em condições muito ruins. Demos apartamentos para elas. Mas não é uma vergonha para a cidade. As favelas precisam ser qualificadas, urbanizadas, melhoradas. Não vamos tirá-las porque são feias esteticamente. Ali vai ser um polo automotivo, organizado e regularizado.
Fonte: O Globo
No Comment! Be the first one.