O resultado de pesquisa recente do Instituto de Empresa da Espanha (IESE) – Índice de Cidades em Movimento, que estudou 135 grandes cidades no mundo em diferentes dimensões, como governança, gestão pública, planejamento urbano, tecnologia, meio-ambiente, conexão internacional, coesão social, mobilidade e transporte, capital humano e economia, não é nada confortável para as metrópoles brasileiras. Cada vez mais, a competitividade e referências dos países dependem muito da atratividade e dinamismo de suas maiores cidades.
Obviamente, rankings não podem ser analisados de forma literal e devem ser relativizados. Mas uma convergência tão grande em alguns pontos merece atenção. De certa forma, o ranking do IESE confirma uma tendência de análise que, em virtude de grandes eventos internacionais como Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, começa a ficar mais evidente ao grande público: em todos os itens de comparação internacional, talvez uma das maiores defasagens competitivas do Brasil seja na qualidade de suas cidades, especialmente aquelas de grande porte. São cidades com problemas de gestão, falta de identidade e posicionamento, e com dificuldades em gerar qualidade de vida a seus moradores. Principalmente, se comparadas a seus pares internacionais.
Apesar de algumas se destacarem em alguns quesitos, como São Paulo em impacto internacional e a grande maioria em meio ambiente (Porto Alegre, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, entre outras analisadas), as cidades brasileiras se posicionam muito mal em governança, capital humano e, principalmente, gestão pública. Isso vem principalmente da má alocação de recursos e qualidade do gasto público municipal, que causa e ao mesmo tempo se agrava com a dispersão de foco das administrações.
No ranking, Barcelona subiu de 63º para 51º lugar; das 20 primeiras cidades, 10 estão na Europa, 6 nos EUA, 3 na Ásia e uma na Oceania. A primeira grande cidade da América Latina classificada é Santiago no Chile (83º), seguida de Monterrey, no México, São Paulo (94º), Curitiba (97º) e Cali, na Colômbia. As outras capitais brasileiras analisadas foram Rio de Janeiro (116º), Salvador (127º), Porto Alegre (128º), Belo Horizonte (129º) e Brasília (131º).
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