A história nos oferece lições que reverberam através dos séculos, enfatizando que a liderança não é mera condução, mas um ato complexo de poder, retórica e, sobretudo, responsabilidade. Winston Churchill, uma das figuras mais emblemáticas do século XX, enfrentou o abismo da Segunda Guerra Mundial com uma liderança que compreendia a firmeza na tomada de decisões, a necessidade de colocar ordem no caos, e a habilidade para influenciar massas por meio da palavra por serem vitais para a sobrevivência da liberdade.
Churchill não hesitou em exercer uma retórica persuasiva, não como tirania, mas como comando firme diante da incerteza e do medo, sabendo que, como ele próprio declarou, “A coragem é a primeira das qualidades humanas porque é a qualidade que garante as outras.” Essa coragem se expressava tanto nas ações decisivas quanto em seus argumentos, um exemplo clássico de oratória capaz de transformar fatos em símbolos, de inspirar uma nação inteira a resistir à tragédia da humanidade na época.
No entanto, a liderança, seja política ou empresarial, exige muito mais do que uma democracia de opiniões dispersas. Em ambientes corporativos, por exemplo, um líder que deseja sucesso não pode simplesmente esperar que o consenso floresça a cada passo. Ele deve agir com autoridade, estabelecer ordem, nortear, tomar decisões difíceis e rápidas, porque a inércia leva a empresa à falência, perda de empregos e destruição de valor. O líder empresarial é o comandante de uma máquina complexa que requer funcionar com precisão, onde a hesitação ou a paralisia pela democracia de vontades são fatais.
Como se posicionar frente à manipulação da massa, fenômeno que se apresenta não apenas em discursos políticos, mas também nas dinâmicas sociais e empresariais da atualidade? A manipulação da linguagem, a distorção da verdade e o controle do discurso sempre estiveram presentes desde que o mundo é mundo, mas hoje atingem um novo patamar de intensidade e perversidade. Livros como 1984, A Revolução dos Bichos e A Revolta de Atlas ilustram essa distorção do que é verídico para manipular consciências e consolidar regimes autoritários, onde o controle do idioma e da informação se tornam armas para o poder absoluto. Stalin, por exemplo, na prática brutal do totalitarismo, usou essa manipulação com maestria para silenciar opositores, reescrever a história e criar um culto à personalidade onde o questionamento da verdade era impossível.
Nos dias atuais, essa manipulação se manifesta em redes sociais, na chamada “cultura do cancelamento” e na manipulação da linguagem, que cria um ambiente onde a verdade é relativizada, e a opinião emocional é elevada ao status de lei inquestionável. Cancelar alguém virou ferramenta de exclusão social instantânea sem espaço para o debate, diálogo ou para a ponderação. A retórica, antes arte da persuasão racional, muitas vezes se subverte em discurso inflamado e polarizador. Oradores que deveriam conduzir com clareza e integridade sucumbem à superficialidade ou à manipulação de fatos, perdendo a capacidade da defesa da verdade, da união e do convencimento moralmente correto.
É imprescindível citar que a verdade, mesmo em meio a esse cenário turbulento, não perde sua importância. Ela é o fundamento sobre o qual a liderança legítima deve se erguer. Fatos são inegociáveis; no entanto, para que haja uma boa influência, precisam ser comunicados com maestria através da retórica que conecta emocionalmente com o público.
Por fim, conclui-se que o líder atual precisa afinar sua comunicação para a complexidade dos tempos modernos enfrentando a fragmentação da informação, o julgamento instantâneo e o relativismo dos valores. Ele deve ser guardião da verdade, mestre da retórica e, acima de tudo, aquele que, com coragem, coloca ordem na confusão, mantendo acesa a chama da liberdade e do pensamento crítico.
Autores
Deborah Palma é mentora financeira, autora do ebook Riqueza 31 e tem artigos publicados no Instituto Liberal, Instituto Millenium, Boletim da Liberdade e IFL Brasil. É associada do Instituto Atenas e SFL,ministrou palestras sobre educação financeira e integra a sociedade de torneios de debates da Universidade do Intercâmbio.
Gabriela Pavalham, participante da sociedade de Debates da Universidade do Intercâmbio, voluntariada do Youth Fornations Project
Giselly Caroline, participante da sociedade de debates da Universidade de Intercâmbio M60, Professora de Inglês da Fancy Languages School
Pedro Gonçalves, participante da sociedade de debates da Universidade de Intercâmbio M60, graduando em Offensive Cyber Security – Red Team Operations na FIAP
Arisvaldo Júnior, técnico de manutenção em aeronaves, participante da sociedade de debates da Universidade do Intercâmbio
Luan Gabriel, técnico de gestão administrativa e administrativo informatizado, voluntário redator jornalístico na Youth For Nations, participante da sociedade de debates da universidade do intercâmbio e foi seminarista do seminário de teogia sistemática no PECC