“Foi em Maastrich (1992), com a assinatura do tratado da União Europeia que se concretizou a união monetária. O Tratado estabeleceu os critérios de convergência, a partir dos quais foram definidos os Estados-membros que participam na União Económica e Monetária.
Os critérios de convergência exigiam a todos os Estados-membros participantes, que pretendiam aderir à 1ª fase de adesão ao Euro, as seguinte condições:
* As taxas de inflação verificadas durante o período de um ano, não podem ser superiores a 1,5% das taxas dos três países com melhor desempenho;
* As taxas de juro de longo prazo analisadas durante o período de um ano, não podem ser superiores a 2% das taxas dos três Estados-membros com melhores resultados, em termos de estabilidade de preços;
* Os déficites orçamentários dos Estados-membros não devem exceder 3% do PIB, salvo se tiverem caráter excepcional;
* A dívida pública não deve exceder 60% do PIB, ou deve aproximar-se dos valores de referência, com uma rapidez satisfatória;
* As moedas tem que cumprir as margens normais de flutuação fornecidas pelo mecanismo de taxas de câmbio do Sistema Monetário Europeu, sem pressões drásticas ou desvalorizações unilaterais durante pelo menos dois anos.” (Fonte: gesbanha.pt)
“O EURO ACABOU!”
Lisboetas voltarão a pagar seus pastéis de Belém em escudos. Moedas de Lira estarão decorando o fundo da Fontanna di Trevi. O ingresso do tour na Igreja da Sagrada Família de Gaudi será pago em pesetas. Cidadãos não poderão mais cruzar fronteiras como membros da comunidade européia. A cortina de ferro baixará mais uma vez ante os países do leste. O franco francês voltará como tantos parisienses querem há tempos. Tributos incidirão cada vez maiores em transações agora internacionais novamente. A BMW será sobretaxada na Itália visando proteger a Alfa Romeo. A Electrolux perderá 28% do seu volume de vendas na Europa Ocidental.
O que é isso? Desde quando? Na verdade isso não aconteceu (AINDA).
Quando os parâmetros do Tratado de Maastrich foram definidos, eles tinham (na visão dos governantes e decisores) uma grande margem de segurança quanto aos indicadores econômicos. Infelizmente (para eles) os números reais da atual economia européia ultrapassaram de longe os limites estabelecidos naquele momento.
A dívida pública da Itália chega a 100% do PIB.O déficit orçamentário de países como Espanha, França, Portugal e até a Alemanha estão acima do teto máximo de 3% do PIB. Na última semana ouve uma expressiva e intempestiva, melhor dizendo, desvalorização do Euro frente ao Dólar Americano. O que é isso? São os governos rapidamente sendo obrigados a cobrar a conta da quantidade gigantesca de recursos injetados na economia para não deixar que a crise internacional virasse uma depressão. E querem saber o que é quase tragicômico? Assim como a tragédia e a história, esta crise começou na Grécia. Só que desta vez viajou muito mais rápido do que nos tempos dos Deuses do Olimpo.
Má notícia. Desta vez não haverá Plano Marshall.
E se houver uma série de movimentos nacionalistas individuais (em vários países) que cobrem a execução das cláusulas de Maastrich como descumprimentos capazes de revogar a essência do Tratado?
A decisão do socorro emergencial realizado em 2008 tem duas hipóteses:
1 – A força da Zona do Euro foi superestimada.
2 – A intensidade da crise e a condição da auto-gestão da iniciativa privada e dos mercados foi subestimada.
De qualquer forma foram caminhos decididos por espasmos. Reações e não ações. Após um longo e tenebroso período, durante o qual o caos estava mais do que anunciado, deixou-se “seguir o enterro”. Literalmente.
Os governos não são diferentes das empresas. Seu grau de endividamento tem limite. Sua capacidade de arcar com juros é finita. E por fim, eles não tem controle sobre suas RECEITAS. Quando não controlam suas despesas, quebram! E quando isso acontece a governos, a consequência é dura e difícil de reverter. (IN)Felizmente Estados inchados e intervencionistas tendem a conhecer este fim.
Agora, caberá a todos os membros dos países da Zona do Euro, de seus governos, de seus empresários, executivos, capitalistas, comunistas, marxistas, leninistas, neo-nazistas, conservadores e liberais unirem-se em prol de um ideal único. Para sair dessa, precisarão mais do que aprender o jeitinho brasileiro e a ginga como da dança do Maxixe. Salve-se quem puder… e que cumpra-se o Tratado de Maastrich!
Boa Sorte. Viel Glück. Buena Suerte. Bonne Chance. Buona Fortuna!
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