A utilização de instrumentos fiscais é, sem a menor dúvida, um recurso legítimo à disposição de qualquer país que tenha algum problema para resolver em sua economia. Eles podem ser usados tanto para estimular o crescimento quanto para arrefecer o ânimo em mercados superaquecidos.
Diante disso, o governo da Alemanha e dos outros países europeus que atuam sob seu comando têm, sim, todo o direito de abarrotar seus mercados de moeda para tentar tirar a economia do continente do atoleiro em que se encontra. Quanto a isso, não há o que discutir.
Da mesma forma, porém, a presidente Dilma Rousseff tem o direito de protestar contra os efeitos dessa política e de adotar medidas que minimizem o impacto da decisão europeia sobre a economia brasileira.
Nos últimos dias, a presidente brasileira ganhou as páginas da imprensa internacional ao fazer críticas diretas à política europeia de expansão da liquidez. Pelo raciocínio de Dilma, em lugar de lançar mão de mecanismos puramente fiscais, os governos da Europa decidiram liberar dinheiro para os bancos.
Acontece, porém, que, em lugar de utilizar os recursos que recebem de mão beijada para financiar as empresas locais, os bancos acabam por destiná-los a investimentos no Brasil e em outros países emergentes.
Isso provoca um desequilíbrio considerável nos mercados inundados por esse “tsunami monetário” – uma definição extremamente feliz cunhada pela presidente brasileira.
“Nós somos uma economia soberana e temos todo o direito de nos proteger”, disse a presidente ontem na Alemanha, onde permanecerá até o dia de hoje em viagem oficial.
Sim. O Brasil é uma economia soberana e, até aqui, tem se valido de instrumentos fiscais inteligentes para tentar reduzir os efeitos da enxurrada de dinheiro. O problema, na medida em que tais mecanismos perdem eficácia, é cair na tentação de combater o problema com medidas protecionistas.
Explica-se: quanto mais dinheiro estrangeiro chega ao Brasil, mais dificuldade o governo enfrenta para conter a apreciação cambial. Nesse cenário, o real se valoriza e a competitividade da indústria definha.
Para combater o problema, existe uma forte tentação à adoção de barreiras comerciais aos artigos estrangeiros e, com providências artificiais como essa, garantir a competitividade das mercadorias nacionais.
O aumento das alíquotas de IPI sobre os automóveis importados, adotado em 2011, pode ser considerado um passo nessa direção. Acelerar o passo por esse caminho, no entanto, seria um erro e tanto – e a consequência seria a volta a um passado que, felizmente, ficou para trás há um bom tempo.
Talvez fosse melhor, nesse momento, acelerar o processo de redução da taxa de juros e, dessa maneira, desestimular a compra de títulos do governo brasileiro pelos bancos europeus.
Mesmo em queda desde agosto do ano passado, as taxas de juros locais, como se sabe, ainda se mantêm elevadas quando postas ao lado das taxas oferecidas pelos governos dos países desenvolvidos.
Isso traria benefícios em cascata para a economia brasileira e permitiria que a indústria se financiasse para não perder a competitividade.
Fonte: Brasil Econômico, 06/03/2012
Não a justificativa em baixar consumo como foi feito a meses anteriores, sendo assim é equivocada essa medida,por conseguencia tivemos uma desaceleração economica ao qual deveriamos trilhar de forma oposta, talves dilma se esqueceu que economia não seja uma arte e sim uma ciencia mais desenvolvimento economico mais imposto mais envestimento mais desenvolvimento mais pib resultado financeiro maior facil muito facil, não se pode fujir regras sinples desconplicadas.