A Anatel baixou ontem mais uma medida daquele tipo que vem se tornando comum no Brasil: o que confunde o sintoma com a causa e propõe soluções que podem agravar o problema.
Pela medida, a agência decidiu suspender a venda de novas linhas das operadoras Claro, Oi e Tim. Juntas, as três respondem por 70% do mercado brasileiro de telefonia celular.
A decisão foi baseada no fato de que essas empresas têm liderado as reclamações que os clientes insatisfeitos encaminham para os órgãos de proteção ao consumidor.
A medida não tem efeito nacional. Em cada estado, apenas uma operadora (a que puxa a fila das queixas) ficará fora do mercado a partir da próxima segunda-feira.
Em São Paulo, só a Claro não poderá comercializar suas linhas. No Rio Grande do Sul, a Oi. A Tim, a que foi mais afetada, está fora no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, no Distrito Federal e em outros 16 estados.
Todas as operadoras (inclusive a Vivo, que ficou fora da punição) deverão apresentar à Anatel nos próximos 30 dias seus planos de investimento para os próximos dois anos.
É verdade. A qualidade da telefonia celular brasileira vem se deteriorando com rapidez, e a causa primária do problema é, sim, a venda de novas linhas para serem atendidas pela mesma infraestrutura instalada cinco, seis anos atrás.
Mas os problemas de qualidade são de todas as operadoras – e não apenas das líderes regionais.
Num país em que os telefones celulares se tornaram o principal meio de comunicação e que a cobertura nacional eliminou as barreiras que valiam no tempo do velho sistema Telebrás, a punição de uma operadora por sua atuação regional é, no mínimo, esquisita.
Além disso, deve-se considerar o fato de que boa parte da lentidão dos investimentos das empresas que atuam num dos mercados mais disputados do país (que é justamente o de telefonia) sofreu atrasos em função das indefinições que cercaram o Plano Nacional de Banda Larga e a adoção da tecnologia de quarta geração.
Ou seja: a Anatel age como aqueles inspetores de trânsito que criam todo tipo de impedimento para os motoristas e, quando o engarrafamento acontece, saem distribuindo multas a torto e a direito.
Ao contrário do que muita gente pode imaginar, o serviço falho do jeito que está não interessa às operadoras. Cada ligação que deixa de ser completada ou cada telefonema que falha no meio do diálogo é dinheiro que deixa de entrar no caixa das companhias.
Isso porque, pelo sistema de mercado, as empresas ganham dinheiro pelo serviço prestado – e não pela venda de linhas, como acontecia nos anos tenebrosos que precederam a privatização.
Muita gente já se esqueceu do tempo em que as linhas telefônicas no Brasil eram vendidas nos Planos de Expansão que demoravam anos para ser lançados e mais ainda para começarem a ser instalados. Uma linha física, naquela época, chegava a custar US$ 5.000 no mercado paralelo.
E as primeiras linhas celulares, no Rio de Janeiro, chegaram a custar mais de US$ 10.000. É com aquela época que os críticos precisam comparar o atual modelo.
Fonte: Brasil Econômico, 19/07/2012
A vivo não é melhor que as outras operadoras e esta a anos que eu uso vivo e tenho seríos problemas e prejuisos, dos quais nunca são resacidos no devido valor quando se recore ao suplemo tribunal de contas dos direitos do consumidor. A vivo vem querendo a anos dominar o mercado e seus concorrentes e prestando um pessimo serviço aos consumidores das linhas de telefones e internet vivo. Agora mais essa, ficou de fora medida que a Anatel tomou deixando a vivo de fora. Quanto deve valer para a Anatel deixar a vivo de fora???