“As mudanças climáticas são fenômenos naturais contra os quais o homem pouco pode fazer no seu atual estágio de conhecimento, além de entender melhor a sua dinâmica e se adaptar adequadamente a elas.” (Geraldo Luís Lino, geólogo e autor do livro “A Fraude do Aquecimento Global”)
Por que tantas pessoas seguem as mais idiotas superstições? Por exemplo: por que alguém insiste em dar aquelas três batidinhas na madeira quando pretende isolar um pensamento ruim? Por que alguém anda com um pé de coelho na bolsa? Por que alguém só entra no avião com o pé direito? Por que ainda tem gente que recusa sentar-se à mesa com treze pessoas no total? Por trás de todas essas medidas tolas, jaz um desejo demasiado humano de controlar o incontrolável: nosso destino.
Enquanto essas superstições ficarem restritas aos exemplos bobos do cotidiano, o efeito na vida do supersticioso não será dos piores. Ele terá a sensação de que pode controlar eventos exógenos, ainda que isso seja falso. Mas sua vida seguirá sem maiores problemas. Claro que ninguém vai morrer porque treze pessoas sentaram juntas na mesa. Mas tudo que o supersticioso perderá nesse caso é uma agradável refeição. Lógico que o avião não vai cair porque o supersticioso entrou nele com o pé “errado”, mas o máximo que ele irá sofrer é um vôo angustiante até o pouso seguro.
O problema começa mesmo quando essa necessidade de controle extrapola para as áreas mais importantes de nossas vidas. Por exemplo, quando muitas pessoas passam a ignorar a importância de uma ordem espontânea na economia, delegando a um aparato central o controle dos principais fatores econômicos. É difícil admitir que um fenômeno como a economia seja complexo demais para que qualquer grupo seleto de “especialistas” possa compreendê-lo em sua totalidade. Mas essa é a realidade, e ignorá-la é cair na falácia que Hayek chamou de “pretensão do conhecimento”. Tecnocratas com modelos econométricos complexos achando que podem controlar a economia de cima para baixo, eis a receita certa do fracasso.
Como definir o preço “justo” do trigo, por exemplo? Ora, são infinitas variáveis exercendo influência sobre ele, e ninguém seria clarividente o suficiente para poder determinar esse preço. Apenas o livre mercado, com suas trocas voluntárias, pode executar tal função. Mas nesse caso é preciso assumir que ninguém tem o controle sobre os preços dos diversos produtos que consumimos. Isso pode não agradar muito aquelas pessoas mais necessitadas dessa ilusão do controle, como se um decreto de uma cúpula de “sábios” pudesse simplesmente resolver o problema econômico da alocação eficiente de recursos escassos.
Análogo ao problema econômico está a questão ambiental. O clima é um fenômeno complexo também, com infinitas variáveis exercendo impacto no seu resultado final. Mas reconhecer isso exige certa humildade. A arrogância humana costuma preferir colocar o homem como grande responsável por tudo de importante que ocorre no planeta. O clima da Terra vive grandes ciclos desde sempre, com suas eras glaciais e seus ótimos climáticos – a Groelândia recebeu esse nome dos vikings porque era a Terra Verde -, mas o homem escolheu acreditar que ele é o maior agente das mudanças climáticas. O homem poderá destruir o planeta com seu carro!
O apocalipse iminente sempre vendeu bem, desde a Bíblia. Soma-se a isso o controle humano sobre o fim do mundo, e tem-se a receita certa para uma nova seita. O caos está próximo, o planeta vai derreter (em vários lugares congelar, ao que parece), e a salvação está em nossas mãos. Se cada um pedalar para o trabalho em vez de dirigir carros, e comer menos carne para reduzir a quantidade de vacas e, por tabela, sua flatulência assassina, o planeta poderá ser salvo. O clima deixou de ser um fenômeno complexo. Agora sabemos: são os homens que podem controlá-lo! Amém.
E não se esqueça: além de andar apenas de bicicleta e evitar a carne, bata três vezes na madeira, coloque um pé de coelho na bolsa e ainda cruze os dedos. Todo esforço é louvável nessa cruzada pelo controle do clima. A vida de nossos filhos depende disso.
Sensacional a abordagem. Parabéns. Estou tentando o porte de arma militar para metralhar gatos pretos diante do carro e serra elétrica para escadas nas calçadas em que transito. As velas eu deixei de lado depois de colocar fogo no apartamento…
Abraço!