Protegida pela liminar do Supremo que liberou a piada com candidatos, Dilma Rousseff se espalhou no “Jornal da Globo”.
Disse que Lula foi um dos responsáveis pela libertação dos presos políticos cubanos. A família de Orlando Zapata, sobre cujo cadáver o presidente brasileiro sapateou sorridente com Fidel Castro, não deve ter achado graça.
Mas a candidata do PT prosseguiu com as anedotas na tela da Globo. Disse que o governo tem que controlar seus gastos, não pode sair “gastando dinheiro a roldão”.
A companheirada pendurada nos 39 ministérios não deve estar entendendo nada. Será que a presidenta vai botar todo mundo na rua? E a festa dos convênios com as ONGs amigas, a distribuição de mesadas para o MST, a UNE, os sindicatos? E as bolsas camaradas a fundo perdido?
Calma, nada de pânico. Dilma declarou também que ajuste fiscal com aumento de impostos é crime – e, como se sabe, o governo Lula deu ao Brasil sua carga tributária recorde.
Entenderam? Era só piada. O crime compensa.
O “dinheiro a roldão” é a entidade mais sagrada do governo popular, acima até mesmo dos charutos cubanos de Dirceu e Delúbio. Dilma Rousseff é a candidata de um governo que explodiu os gastos públicos, com um aumento espetacular de 20% – ainda maior que o da carga tributária.
Ainda bem que o Supremo liberou a piada na TV. Essa do controle de gastos ia dar multa pesada.
(Se bem que multa, como já disse Lula, não é problema para eles).
Entrevista de Dilma Rousseff é diversão garantida. No que lhe passam a palavra, ela manda qualquer uma. Firme. Contundente. Declarou, por exemplo, que o Brasil passou “mais de 25 anos” sem investir em infra-estrutura. É de rolar de rir.
E a opinião pública brasileira, essa geléia, engole tudo. Viva o humor.
É claro que essa brincadeira de presidenta não tem como acabar bem. Está certo que José Dirceu vai estar sempre ali pertinho, soprando o texto para sua afilhada. Mas a vida real, infelizmente, não é tão magnânima quanto a festa dos palanques.
O Brasil, pelo visto, quer pagar para ver as caneladas da mamãe de aluguel. Pensando bem, ele merece.
Publicado no blog de Guilherme Fiuza no portal da revista “Época”
Ah, não é o Serra né ? Buaaaaaaaaaaaaaaaaa