O presidente Lula da Silva, que há dois anos usa e abusa do poder político e econômico fazendo campanha antecipada para sua candidata, afiançou com a certeza de um píton referindo-se a Dilma Rousseff: “Nós vamos ganhar”.
Difícil saber se tal acontecerá, em todo caso, essa certeza absoluta do presidente da República em parte justifica os estapafúrdios fatos que vêm ocorrendo, tanto na política interna quanto externa do País. É como se Lula da Silva e seu partido sentissem que tudo podem, pois pairam acima das leis e são amparados pelo enorme prestígio presidencial que aparece nas pesquisas de opinião.
Disse, em parte, porque tal certeza não estaria também alicerçada no respaldo de forças globais? Não seríamos tão somente uma das peças de um jogo mais amplo nesse mundo onde tudo se interliga? Vivemos a era do Foro de São Paulo, da UNASUL, da OEA do B, da Via Campesina e de tantas outras entidades que formam um conglomerado político-econômico em oposição a outros, como se a dicotomia esquerda-direita ainda vigorasse ressuscitando as viúvas do pós-Muro de Berlim.
Na política interna relembro, por exemplo, o Plano de Direitos Humanos lançado por um grupo de mentores presidenciais, apresentado como plano do governo Rousseff e rapidamente transformado em decreto assinado pelo presidente da República. Nesse Plano, o PT esquerdista e raivoso de outros tempos arregaça os dentes contra a propriedade, a Justiça, a Igreja, a liberdade de pensamento. Algo impróprio numa campanha, pois torna a candidata uma figura ainda mais assustadora, não para o povo em geral que desconhece esse tipo de assunto, mas para algumas importantes instituições sociais que interferem como formadoras de opinião nas opções eleitorais.
Na desastrosa política externa, gestada na mente de Marco Aurélio Garcia e que tem como coadjuvante Celso Amorim, um dos objetivos, dizem, é fazer do Brasil potência mundial acima de todas as demais e sentar Lula da Silva num cargo de relevância planetária depois que ele deixar a presidência da República. Outra meta obsessiva é a conquista do assento permanente no Conselho de Segurança da ONU.
Porém, é de se estranhar que o PT pretenda concretizar essas megalomaníacas ambições batendo de frente com os Estados Unidos, Europa e China, como está acontecendo no caso do Irã. Isto porque, se internamente Lula da Silva é exaltado como “salvador do mundo” (ele gosta de se comparar a Jesus Cristo), para uso externo o esdrúxulo apoio lançou desconfiança sobre o Brasil que dá total suporte a Mahmoud Ahmadinejad, tirano que ganhou eleições sob a suspeita de fraude, tem perseguido, torturado, matado dissidentes e minorias sociais, mantém a obsessão de destruir Israel e de construir um arsenal atômico, sabe-se lá com quais pretensões de dominação.
O fato é que ninguém governa sozinho, ou faz o que bem entende. Tampouco Lula da Silva comanda o espetáculo mundial, regional e nacional, como dita sua propaganda. Ele é apenas, digamos, um animado clown que dá cambalhotas e faz a platéia rir. Só que a plateia internacional já não está achando tanta graça no piadista e sorridente brasileiro.
Assim, é sensato perguntar: a quem interessa a política ditada pelo Itamaraty? Que forças mundiais se aglutinam para fortalecer o segmento da América Latina comandado por Hugo Chávez? Quem de fato deseja enfraquecer potências mundiais como os Estados Unidos, Israel e outros países democráticos? Com quais poderes obscuros nosso país está em consonância? Por que o Brasil se expõe dessa maneira, desgastando-se internacionalmente? Será que alguém duvida que existam processos que desembocam na união de interesses de domínio, nos quais, nós, pobres mortais, nem sonhamos interferir? Será que até aqueles que possuem lustros de educação formal se esqueceram da existência tenebrosa dos totalitarismos do século passado, comunismo e nazismo?
Outro ponto importante: não apenas bombas destroem países. Essas têm efeitos imediatos e devastadores. Mas há outros meios de atingir, desorganizar e destruir uma sociedade, e um deles é a droga, uma das causas da violência social e da desagregação do tecido social.
Nesse sentido, o candidato José Serra tocou num ponto crucial da Segurança brasileira ao se referir à enorme quantidade de cocaína que sai da Bolívia sob as vistas grossas de Evo Morales e entra no Brasil. Também é preciso lembrar que as terroristas Farc, compostas de narcotraficantes, já estão comodamente instaladas entre nós.
Ao alerta de José Serra, Lula da Silva reagiu ao seu estilo, com deboche. Rousseff, conforme sua personalidade, duramente. Disse ela que a atitude de Serra não é a de um estadista. O que será que Rousseff entende por estadista? Por que será que ela defende tão veementemente o tráfico de drogas à guisa de defender o companheiro cocalero? E será que queremos esse tipo de governo para nossos filhos e netos?
A sra. eu não sei. Mas esse é, exatamente, o governo que eu quero para os meus filhos e netos.Odeio subserviência.
Não. Definitivamente, não quero esse tipo de governo para meus filhos e netos. Detesto demagogia.