“A História se repete, primeiro como tragédia, depois como farsa.” (Karl Marx)
Após a crise no governo de Hugo Chávez se intensificar com a renúncia de dois ministros, sendo um deles seu vice-presidente, e também do presidente do Banco da Venezuela, o caudilho resolveu que investimentos estrangeiros no setor de petróleo, a locomotiva do país, são desejáveis. “O investimento e a experiência de firmas de petróleo estrangeiras são necessárias na Venezuela”, disse Chávez. “Precisamos disso”. Após estatizar o que restava de empresas estrangeiras atuando no setor, Chávez reconhece o óbvio: um monopólio estatal a serviço do governo é sinônimo de ineficiência garantida.
Mas nem mesmo aqui Chávez consegue ser original. Lênin, após verificar o caos que havia criado na economia soviética com suas estatizações, resolveu apelar para um recuo tático. Ele lançou em 1921 a NPE (Nova Política Econômica). Os camponeses passavam a desfrutar de maior grau de liberdade para vender o excedente da produção no mercado aberto. O governo também autorizou uma quantidade limitada de comércio e manufatura privada de bens de consumo. A recuperação com a NPE foi imediata. Por volta de 1928, a produção de grãos da Rússia alcançou níveis nunca vistos desde 1913. Bastou retirar alguns obstáculos criados pelo governo, e deixar o mercado funcionar um pouco mais livre, para ter um resultado espantoso.
Só que o sonho durou pouco. Richard Pipes, em seu livro sobre o comunismo, explica: “Muitos, dentro e fora da Rússia, acreditaram que a NPE assinalara o abandono do comunismo. Falava-se de um ‘Termidor Russo’, com referência aos eventos na França em 1794, que haviam levado à queda e execução de líderes jacobinos. Mas a analogia era inadequada: primeiro, os jacobinos russos permaneceram firmes no controle; segundo, eles viam suas concessões como meramente uma trégua. E assim se revelaram”. Quem confiou no governo socialista de Lênin, quebrou a cara.
Agora Chávez pede a sua trégua aos investidores privados e estrangeiros, desesperado com o agravamento da situação econômica na Venezuela, fruto das medidas socializantes de seu governo. Quem vai apostar suas fichas numa mudança estrutural do regime chavista? Quem vai dar um voto de confiança ao fanfarrão que vem destruindo a Venezuela com sua “revolução bolivariana”? Sinceramente, quem o fizer, vai merecer quebrar a cara depois, quando Chávez novamente avançar sobre a propriedade privada deles. Ingenuidade tem limite!
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