‘Guerra por segundo escalão envolve 600 cargos. O PT e o PMDB estão no centro da disputa pelo controle de 102 empresas estatais. Trata-se de um butim bilionário capaz de levar os partidos a uma longa batalha política”, estampa em primeira página o jornal “O Estado de S. Paulo” deste domingo.
“A temperatura na formação de novos governos é tradicionalmente quente na história política brasileira”, afirma o filósofo Marcos Nobre, pesquisador do Cebrap e professor da Unicamp em entrevista ao mesmo jornal. Seria elevada a temperatura somente na formação de novas equipes ou também nas ferozes disputas eleitorais, com acusações recíprocas de corrupção entre o PT e o PSDB, que se consideram a vanguarda política brasileira?
Nobre atribui ao “peemedebismo, espécie de consenso conservador feito para acomodar todo mundo e deixar tudo como está”, o traço de continuidade da política brasileira ao longo das últimas duas décadas e meia. O símbolo desse “fenômeno singular da cultura política brasileira que se estende da redemocratização aos dias de hoje”, o princípio e o fim dessa mixórdia, seria o ex-presidente José Sarney, atual presidente do Congresso Nacional.
O fenômeno do peemedebismo estaria também tornando o sistema político insensível à indignação da sociedade. “Veja a sucessão de crises e seus efeitos cada vez menores: primeiro Collor é derrubado por impeachment, depois ACM e Jáder Barbalho são obrigados a renunciar, então Renan Calheiros deixa a presidência do Senado, mas não renuncia e, por fim, Sarney nem sai da presidência nem renuncia. A gente pode gritar quanto quiser porque o sistema está começando a se fechar em si mesmo… dando uma banana para a sociedade”, registra o filósofo.
Na realidade, o fenômeno é um pouco mais complexo. Sarney é realmente o símbolo de uma transição incompleta. E, sim, há uma inegável continuidade no processo de degeneração da política brasileira nestes 25 anos de social- democracia em suas mais diversas variantes. Mas o problema não é só do conservadorismo fisiológico do PMDB, esse instinto de sobrevivência pela adesão oportunista ao governo da vez denunciado por Marcos Nobre. É também o vazio, a inapetência por reformas, a obsolescência da própria agenda social-democrata, que permite a criação desse vácuo de poder. É o vazio da “vanguarda” que produz o cortejo do “atraso”.
Artigo com o Dedo na ferida. Não há luz no fim do túnel.
os jovens brilhantes, preparados e esclarecidos estão cada vez mais distante deste mar de lodo.
Quem vai renovar o que está aí ? Querem um exemplo ?
Basta ver o jovem petista, senador eleito em importante estado do sudeste.
Estamos perdidos.
se o prof. marcos está falando da banana ke esses nobres senhores dão para a sociedade, entao trata-se da única pessoa falando sério nesse país.