Dia 3 de maio é o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Para mim, a liberdade é um valor indivisível, amplo, geral e irrestrito. Não existe a meia liberdade. Liberdade se tem ou não se tem. Logo a liberdade de imprensa é um sinal, um sintoma, de uma sociedade democraticamente sadia. Ou não.
A luta pela liberdade é permanente, mesmo porque, dos valores sociais que conheço, a liberdade de manifestação e expressão é, disparado, aquela que ao longo da História mais vive ameaçada. Na história recente do Brasil a nossa imprensa se caracterizou pela luta contra a censura. Desde os grandes jornais como o “Jornal do Brasil”, com as suas “previsões do tempo”, e “O Estado de São Paulo”, com os trechos de “Os lusíadas” de Camões, até a então chamada “imprensa nanica”, iniciativas heróicas como “Opinião”, “Movimento”, “Ex”, “O Pasquim” e tantos outros órgãos de resistência à ditadura.
No processo de redemocratização do país o jornalismo brasileiro teve, e ainda tem, um papel fundamental. Noticiando, denunciando , apurando , confrontando, enfim, cumprindo com o seu dever junto à opinião pública. Mesmo porque o bom jornalismo sabe que o único compromisso que a imprensa tem é com a verdade dos fatos. Verdade esta que, nem sempre se consegue alcançar, mesmo porque, como tudo na vida, a imprensa não é infalível.
Mas a luta continua. E essa incansável luta pela verdade dos fatos se materializa no compromisso com o leitor, o telespectador, o ouvinte.
A imprensa também tem um papel fundamental enquanto plataforma de divulgação de novas ideias e diferentes formas de opinião, ou seja, é o grande palco onde o controverso, o contraditório, são expostos ao exame do cidadão. E isso faz parte dos fundamentos da democracia.
Por isso, na minha modesta opinião, a liberdade de imprensa não se celebra. A liberdade, a de imprensa inclusive, se conquista e se preserva. É luta de todo dia e luta que vale a pena.
Desde que não se fale mal das organizações em que o Sr. trabalha e que as mesmas sigam tendenciosas com alguns políticos em detrimento de outros, assim sim, não é? “Outro lado”? Quando a imprensa brasileira mostra “outro lado”? Só na sua pequena cabeça de comediante…
Ele deve estar se referindo à liberdade, por exemplo, de algum órgão de imprensa defender abertamente um golpe de estado, como fez a RCTV na Venezuela. Tanto que a emissora já tinha uma matéria pronta sobre o golpe um dia antes do mesmo.
Seria interessante ele falar o que provavelmente aconteceria se alguma emissora defendesse um golpe na Inglaterra ou nos EUA, e depois esse golpe fosse rechaçado. Claro que nesse caso os responsáveis pela emissora seriam presos e condenados a prisão perpétua ou a pena de morte por conspiração.
Será que nesse caso os especialistas do Milenium diriam que é um atentado à liberdade de imprensa?
Será que a imprensa tem mais respaldo ético que outras instituições para terem direito a uma liberdade total?
A imprensa é livre para omitir?
A imprensa é livre para mentir à população sobre algo sem ter que dar satisfação a ninguém?
Defender isso é uma maluquice.
Não tem “desde que” nem “defender golpe”. Para o paranóico com complexo de culpa sentado em cargo público tudo é tratado como “defender golpe”. Tudo é julgamento político. Fatos não existem. Onde termina a crítica dura, e termina a defesa do golpe? Onde termina a crítica leve e começa a crítica dura? Onde termina escolha editorial e começa a crítica leve?
A receita, vou dizer para os que não entendem e para os que finjem que não entendem, é: liberdade + responsabilidade.
A imprensa tem que ter liberdade para publicar o que quiser — racismo, difamação, apologia ao crime — mas depois responderá pela justiça, sobre o arcabouço legal e jurídico que já existe. Portanto tem que dar satisfação à justiça, ninguém mais. Quem quiser “outro lado” muda de canal, compra outra revista, ou vai para a internet — onde há um milhão de lados.