A coordenadora-geral do BRICs Policy Center, Adriana Erthal Abdenur, em artigo publicado nesta sexta-feira pelo jornal “O Globo”, faz um balanço das relações entre os países que compõe o BRICs (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e sua posição global.
Adriana destaca a variedade de opiniões externas que cercam o grupo econômico fundando em 2009, que vão de chacotas à previsões esperançosas: “Nos debates, percebe-se uma certa polarização acerca dos BRICs. Se, por um lado, os pessimistas argumentam que as disparidades geográficas, políticas e culturais entre os países impedem a formação de qualquer grande consenso, os românticos afirmam que os BRICs irão revolucionar a governança global”, afirma.
A autora argumenta que tais opiniões não ajudam a aprofundar uma análise adequada do bloco. Em sua visão, a história está repleta de alianças entre países que são mantidas exclusivamente por interesses estratégicos. “Sem dúvida, afinidades históricas ajudam a cimentar alianças, mas não constituem uma condição sine qua non”, pontua. Além disso, para ela, os BRICs compartilham a desconfiança pelo sistema atual de governança internacional.
Por outro lado, o artigo discorre sobre a ingenuidade de quem acredita cegamente na prosperidade do bloco, que segundo Adriana, ainda está com sua capacidade de coordenação sendo testada não só pelos seus prórpios membros mas pela crise financeira. “Nem sempre os países conseguem alcançar um consenso: ano passado, os BRICs deixaram transparecer vários pontos de discórdia e comunicação, inclusive na tentaiva de oferecer assistência à Europa”, afirma.
Mas não só de discordâncias sobrevive o bloco: “Há maior coordenação entre os BRICs nos temas que chegam ao Conselho de Segurança, assim como novas iniciativas de reforma e cooperação”.
Como conclusão, Adriana define o grupo como “uma tentativa ainda embrionária de forjar novas parcerias” mas que vem ganhando seu devido espaço e importância no cenário global.
Fonte: O Globo
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