Depois de passar uma temporada nos Estados Unidos, com direito a visitas ao Vale do Silício, o advogado Nicolas Romano, 29 anos, ficou fascinado com o ecossistema de empreendedorismo norte-americano. “Quando voltei ao Brasil, pensei que deveria fazer algo semelhante ao que vi por lá, pois nosso cenário de startups também é forte”, afirma Romano.
Ainda sem uma ideia clara do que poderia criar, o empreendedor começou a observar a rede de cafés Starbucks. “Eu não tinha o hábito de frequentar cafeterias, mas quando comecei a estudar o Starbucks, gostei muito da história deles. Percebi que eles não vendem café, mas sim conexões.”
Inspirado nessa proposta, Romano decidiu criar o The Coffee Match, um aplicativo que conecta pessoas, projetos e ideias com base nas habilidades pessoais e na localização dos usuários.
O The Coffee Match funciona de forma parecida com o aplicativo de relacionamentos Tinder. O usuário cria um perfil baseado em suas características profissionais e cadastra suas ideias de negócio. Depois, pode navegar entre diferentes perfis e escolher possíveis parceiros. Se o interesse for recíproco, os dois podem marcar um café.
A ideia para a criação da startup surgiu em uma conversa entre Romano e Fernando Epelman, que se tornou sócio do negócio. “Comecei a conversar com o Fernando e contei a ele sobre meu projeto. Ele sugeriu que a gente fosse tomar um café. Expliquei a ele que era exatamente isso o que eu queria criar: uma ferramenta para ajudar pessoas que estão procurando pessoas. Concluímos então que o networking por meio do café era uma ótima ideia”, diz o advogado. No total, foram investidos R$ 480 mil na abertura do negócio.
O aplicativo, que pode ser baixado gratuitamente na Apple Store, foi lançado em 14 de abril e conta atualmente com 2,5 mil usuários ativos. De acordo com seu criador, mais de 400 conexões já foram realizadas por meio da ferramenta.
Além de beneficiar os usuários, o The Coffee Match faz parcerias com cafeterias: atualmente, o serviço tem acordos com redes como o Octavio Café e o Suplicy Café.
Segundo Romano, cada novo cliente que visita esses espaços – com direito a um café grátis – gera 40% a mais de receita com a compra de outros produtos. “Estamos gerando faturamento e publicidade para a cafeteria. Além disso, disponibilizamos alguns dados para nossos parceiros que os ajudam a melhorar seus serviços e entender os hábitos dos clientes.”
Para receber esse novo perfil de cliente, as cafeterias parceiras têm investido em novas tecnologias, como conexões Wi-Fi mais eficientes, tomadas e sistemas de pagamento pelo celular. “A ideia é transformar esses estabelecimentos em espaços de trabalho”, afirma o empreendedor.
Por enquanto, o The Coffee Match está disponível apenas em inglês e pode ser usado somente por usuários do iPhone. Mas em breve o aplicativo deverá ganhar uma versão em português e será lançado no Google Play em abril do ano que vem. “E em pouco tempo, vamos passar por uma rodada de investimentos. Nossa meta é captar cerca de R$ 900 mil”, diz Romano.
Fonte: “Revista PEGN”
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