Uma AgTech é uma startup voltada à agropecuária. Esse tipo de negócio está se tornando cada vez mais comum no Brasil, mas o potencial de inovação está longe de ser totalmente explorado. Em 2020, em meio à pandemia, empresas da área tiveram valorização de até 56% enquanto desenvolviam novas alternativas para o campo.
O setor busca soluções a partir de softwares de gestão e monitoramento, criação de alternativas energéticas, aproveitamento de resíduos e controle ambiental, além de desenvolvimento de biotecnologia e novas sementes. Para 2021, a tendência é que o segmento mantenha crescimento robusto, uma vez que a aplicação de ferramentas de automação, Big Data e inteligência artificial (IA) ainda tem muito a contribuir para gerar previsibilidade para a safra e garantir a competitividade das commodities agrícolas brasileiras no mercado global.
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Panorama AgTech
Estados Unidos (onde o termo surgiu), Israel, Austrália, Canadá e China são conhecidos pelo desenvolvimento de seus ecossistemas de AgTech; no Brasil, o segmento teve um boom nos últimos cinco anos. Em 2016, quando foi realizado o primeiro censo relacionado, o País tinha apenas 76 AgTechs, número que saltou para 1.125 em 2019, com empresas em diversos estágios de maturação. Os principais polos de tecnologia para o agronegócio nacional são os municípios de Piracicaba (SP), Cuiabá (MT) e Londrina (PR).
Algumas companhias conseguiram atrair recursos financeiros de fundos de investimento e alcançaram o mercado internacional. É o caso da BovControl, que oferece uma ferramenta de monitoramento pecuário, e da Syngenta Digital, com um software baseado em IA para otimização de colheita e controle de pragas.
Tendências para 2021
Em 2021, a tendência é que o setor continue crescendo, impulsionado por novos modelos de negócio voltados para a saúde humana e do planeta, alimentado pelo contexto da pandemia e pela preocupação com as mudanças climáticas.
As principais tecnologias devem ser voltadas para soluções de e-commerce de alimentos, aceleradas pelos novos hábitos de serviços de delivery. As startups do agro também estão de olho no desenvolvimento de proteínas alternativas à base de vegetais para abastecer o mercado mundial.
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Da porteira para dentro, a automação e a robótica ganham força principalmente na preocupação com a higiene e com a chegada da conexão 5G, que permitirá controle em tempo real de máquinas. A busca por sementes mais resistentes e produtivas, com necessidade reduzida de insumos agressivos, também deve ser uma das grandes apostas do setor.
Além disso, as práticas de sequestro de carbono para garantir uma agricultura mais sustentável são tema de projetos ambiciosos de gigantes do agronegócio aliadas a empresas de tecnologia.
Fonte: “Canal Agro – Estadão”, 17/03/2021
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