O presidente da Autoridade Pública Olímpica, general Fernando Azevedo e Silva, apresentou, nesta quarta-feira, a terceira versão da chamada Matriz de Responsabilidades, que detalha os orçamentos e prazos do governo. A 555 dias do início dos Jogos, 25% dos projetos relacionados à infraestrutura para a organização do evento ainda não têm prazos e orçamentos definidos.
Na Matriz de Responsabilidades estão relacionados 56 projetos, dos quais 42 com informações completas, que totalizam R$ 6,6 bilhões (75% do total). O valor divulgado é R$ 100 milhões superior ao da planilha anterior, apresentada em julho passado. Quando a comparação é feita em relação à primeira versão do documento, de janeiro de 2013, a diferença chega a R$ 1 bilhão, já que projetos de complexos esportivos ainda estavam sendo licitados, como o Parque Olímpico de Deodoro.
Além disso, a participação do setor público nos gastos diretos vem crescendo e poderá equiparar-se aos investimentos de empresas que participam dos projetos, principalmente por intermédio das Parcerias Público Privadas (PPS). Estava em 26% em janeiro do ano passado, passou para 35% em julho e evoluiu para 36% na versão apresentada nesta quarta-feira.
— A porcentagem de recursos privados é muito grande, se a gente olhar outras olimpíadas, realizadas com quase 100% de recursos públicos. Estamos com mais de 60% de recursos privados, a um ano e meio dos Jogos. É um modelo muito bom. A gente não pode prever daqui para frente, mas eu acredito que ficará perto de 50%. É um modelo inédito, que economiza recursos públicos — disse Azevedo e Silva.
Estruturas provisórias
A decisão dos responsáveis pela montagem de parte das estruturas provisórias (tendas, banheiros químicos) de apoio ao evento, conhecidas como overlays, está entre os gastos indefinidos. A tarefa caberá à União, ao estado e à prefeitura, que ainda não chegaram a um acordo sobre a divisão das despesas, que podem chegar a R$ 1,8 bilhão, conforme compromisso firmado entre as partes. Inicialmente, os governos repassariam os recursos para o Comitê Organizador Rio 2016 contratar os serviços. No entanto, a entidade decidiu só trabalhar com recursos privados, transferindo ao setor público a licitação dos serviços.
Paes acredita que o setor privado arcará com a maioria dos investimentos e minimizou a demora sobre a definição das responsabilidades pelo overlay:
— A decisão sobre esses projetos pode ser tomada mais próxima do evento.
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