Sete meses após o fim dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, o setor de hospedagem já começa a sentir ares de crise no Rio. Desde setembro do ano passado, 30 albergues fecharam as portas, segundo a Associação Rio Host. O número representa cerca de 10% do total de estabelecimentos do tipo na cidade, informou a coluna “Gente Boa”, de Cleo Guimarães.. A explicação é que o mercado, antes aquecido pelos megaeventos em solo carioca, enfrenta uma redução do número de turistas, influenciada por fatores como a violência e a crise econômica. Enquanto isso, a oferta de leitos continua alta.
— Com a chegada da Copa do Mundo e da Olimpíada, o número de hostels dobrou, da mesma forma que cresceram outros meios de hospedagem. Com muita oferta e pouca procura, os estabelecimentos baixam o valor da diária e cortam custos. Mesmo assim, não conseguem se sustentar — afirma Carla Lee Barnett, presidente da Rio Host.
Segundo dados de uma pesquisa realizada pela associação e pela Riotur, antes da Copa de 2014, o Rio contava com 150 albergues. Durante a Olimpíada de 2016, já eram 318. Agora, o recuo do setor, diz Carla, também tem relação com o alto custo de vida na cidade.
— Por conta da alta dos preços, vários hostels deixaram de oferecer café da manhã, antes incluso na diária. Como muitos dos administradores desses estabelecimentos não são donos das casas onde os albergues funcionam, eles passaram a lidar com os alugueis caros. Os custos são maiores, e as taxas de ocupação, menores. O resultado: portas fechadas — afirma a presidente da Rio Host.
Preocupação no setor
Num dos espaços que encerraram as atividades recentemente, o Meiai Hostel, em Botafogo, o aluguel custava R$ 35 mil. Carla aponta ainda que alguns dos empresários fizeram um alto investimento no setor e esperavam um retorno financeiro rápido, o que não aconteceu. Para ela, o fechamento desses estabelecimentos deixa o mercado apreensivo:
— Albergues de nome também deixaram de funcionar, e isso está deixando todo mundo com medo.
Fonte: “O Globo”
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