O Brasil que nos espera depois das eleições é um país repleto de imensos desafios, mas também de imensas oportunidades.
Nossa escolha em outubro vai determinar nosso futuro imediato. Existe uma imensa abundância de recursos no mundo. E uma imensa carência de investimentos em infraestrutura no Brasil.
A ponte entre os recursos e os investimentos é construída a partir da confiança de que o império da lei será seguido, os contratos respeitados e as devidas licenças expedidas em tempo razoável.
O futuro presidente, caso queira tirar o país do marasmo, deverá se convencer de que a distribuição de riqueza virá da ampliação do investimento privado.
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E, para tal, os mecanismos de confiança devem ser fortalecidos. Os riscos regulatórios, tributários e jurídicos devem ser dramaticamente reduzidos. O ambiente de negócios deverá ser sadio e desburocratizado. A oferta de crédito ampliada.
Com a confiança fortalecida, os investidores virão, nacionais e estrangeiros. Porém , nenhum governo enfrentou essa agenda com vigor. Sempre contornaram nossos problemas reais em favor de soluções intervencionistas.
Enfrentar as amarras que dificultam os investimentos deve ser prioridade, pois, com o aumento dos investimentos, aumentam renda, tributos, emprego e divisas. A qualidade do nosso futuro imediato depende da compreensão desse desafio e da energia em enfrentá-lo.
Esse, porém, não é um trabalho apenas do presidente. É obra coletiva. Sobretudo dos setores mais esclarecidos da sociedade, que devem pressionar o Congresso e os Poderes Judiciário e Executivo a se voltarem para uma agenda voltada para o pleno emprego.
Caso a cidadania se omita e deixe inteiramente nas mãos do futuro presidente o comando das iniciativas, teremos uma agenda que dará prioridade aos interesses do governo.
Enfim, a ação da cidadania pode fazer a diferença, como fez no caso da aprovação da Lei da Ficha Limpa.
A qualidade do nosso futuro imediato depende da nossa participação. Especialmente após as eleições, quando decisões importantes serão tomadas.
Fonte: “Isto É”, 24/08/2018