Analistas do mercado financeiro reduziram pela oitava vez seguida a projeção para o crescimento da economia neste ano. De acordo com o boletim Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira, a expectativa agora é de queda de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país).
A previsão para a inflação também subiu pela oitava semana consecutiva, e já chega a 7,33%. A taxa é muito superior à meta estabelecida pelo governo, que é de 4,5%, com limite de dois pontos para cima ou para baixo. Se a estimativa se confirmar, o país pode fechar o ano com a maior inflação desde 2004, quando o IPCA, índice oficial, fechou o ano em 7,6%. Para 2016, a expectativa é que o indicador desacelere para 5,6%.
Entre o chamado “top 5”, grupo de economistas que mais acertam as previsões, a mediana das projeções é mais otimista, mas ainda elevada. Os analistas mantiveram o número da semana passada e esperam que o IPCA encerre 2015 em 7,12%. Para o ano que vem, o índice cairia para 5,65%.
Uma das principais pressões sobre os preços deste ano virá da alta dos preços administrados, como as tarifas de energia. Reportagem do GLOBO publicada neste domingo mostrou que a conta de luz pode subir até 70% neste ano, resultado da grave crise vivida pelo setor elétrico.
Pesquisa indica mais alta dos juros
Com os preços pressionados e o ritmo lento, os economistas continuam a apostar que a taxa básica de juros, fechará o ano em 12,75%. Hoje, a Selic está em 12,25%. Uma das principais armas usadas pelo BC para combater a inflação, o aperto nos juros tem o efeito colateral de afetar o crescimento, ao dificultar o acesso ao crédito por empresas e frear o consumo.
A sondagem é divulgada após o IBGE revelar dados que mostraram perda de fôlego nos setores de serviços e varejo. Na semana passada, o instituto mostrou que o setor de serviços, que responde por 60% do PIB, registrou alta de 6% no faturamento (sem desconto da inflação), pior desempenho desde o início da série histórica, em 2012. Já as vendas no comércio cresceram 2,2% no ano passado, ritmo mais fraco em 11 anos.
Fonte: O Globo
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