Iniciarei por Porto Alegre, região central. Semana passada foi no Parque Farroupilha; no último domingo, aconteceu debaixo do viaduto Silva Só. Se o caro leitor pensou em algum evento festivo, esqueça; estamos falando de homicídios a céu aberto, à luz do sol, diante dos olhos de crianças, jovens e adultos. Sim, a criminalidade bate em nossas portas; saiu do Brasil profundo e passou a fazer parte da rotina de nossas cidades. Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte, Goiânia, enfim, não há capital que escape. No interior, o teatro de horror também acontece. Vivemos com medo; perdemos a paz.
No todo, a situação não deixa de ser a última etapa de uma aguda desintegração civilizatória. Afinal, se sequer temos segurança nas ruas, está chegada a hora de pensarmos qual a utilidade do Estado. Além de servir para enriquecer corruptos e corruptores, o que o senhor e a senhora, trabalhadores de bem, ganham em sustentar a gigantesca máquina pública brasileira? Há educação de qualidade para seus filhos? Há proteção à saúde? Há amparo aos idosos? E, quando alguém viola os seus direitos, há justiça célere e efetiva? Por que, então, pagamos quase 40% do PIB para esse desconhecido chamado “Estado”, que insiste em não cumprir seus deveres mais básicos?
Vamos lá. A gravidade do momento não permite palavras pela metade. Chega de hipocrisia, de discursos irrealistas, de mentiras irresponsáveis. O fato é reto: nosso modelo de Estado está falido. Não há outro diagnóstico. Aliás, é tão falido que sequer consegue proteger os cidadãos de bem. Diante da falência estatal, estamos vivendo a anarquia do crime em um país com impunidade oficial. Aqui, até presidiário se sente no direito de querer ser Presidente da República…
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A realidade está posta: a criminalidade saiu do controle. Nosso sistema repressivo foi sucateado, libertando a ousadia criminosa. Depois, a ideologia veio e subverteu a razão. Perdemos muito tempo defendendo bandidos e esquecemos de tutelar os justos anseios da sociedade brasileira. Atualmente, a bandidagem exalta fuzil em praça pública e a polícia não pode atirar. Ora, não dá mais! É inaceitável. Passou dos limites. Não podemos mais compactuar com a desordem desenfreada em um país de ilicitudes ostensivas.
Objetivamente, precisamos voltar a fazer o feijão com arroz: armar a polícia, contratar policiais e dar amparo moral, material e psicológico para que as forças de segurança realizem seu trabalho; ato contínuo, é preciso construir presídios ou transformar prédios públicos mal utilizados em prisões locais; por fim, precisamos prender a bandidagem e não soltar. Chega de lassidão criminal. E a ressocialização do preso? É importante, mas trata-se de um efeito subsequente à pena; o pressuposto é prender o criminoso, afastando-o do convívio com a sociedade. O resto é invencionice. E, para eventuais reações teórico-paradisíacas, apenas lembro que não dá para querer aplicar leis norueguesas no morro do Alemão.
Nossa realidade, além de insegura, é triste. Através de uma completa inversão de valores, a bandidagem passou a ter mais direitos que o cidadão de bem. As pessoas não aguentam mais. O descaso, a incompetência e a omissão dos governantes precisa acabar. Sem extremismos, mas com firmeza e decisão, está chegada a hora de interrompermos a deletéria marcha do crime, resgatando a paz nas ruas, a tranquilidade nos lares e a harmonia para a prosperidade.
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