A notícia de que mais de 9 mil alunos ficaram sem aula após tiroteios em comunidades do Rio de Janeiro nesta semana evidencia a falta de suporte às Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) do estado. É o que diz a antropóloga Yvonne Maggie, que, em conversa com o Instituto Millenium, critica o descaso do governo com a população:
“A violência voltou a crescer. Durante um longo período, a política de segurança pública do ex-secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Beltrame, e a fundação das UPPs amenizaram profundamente a guerra nas comunidades. A ideia era não fazer enfrentamento, mas a corrupção profunda do governo Cabral e a falta de liderança deram fim à esta política”, lamenta.
Yvonne Maggie critica a ostentação da violência nas redes
“Isso tudo cheira a barbárie”, diz Yvonne Maggie
Escolas buscam forma de educar em maio a violência
Os estudantes têm sido os primeiros prejudicados com episódios de violência nas comunidades, mas a falta de garantia dos direitos civis atinge a sociedade como um todo. A antropóloga diz que, mesmo vivendo um momento de consciência de direitos por parte da população, a corrupção e a descrença na política desestabilizam a todos:
“A cada dia que passa é maior a noção de que a sociedade brasileira é desigual e injusta. As pessoas não estão mais aceitando esta desigualdade, as mães levam filhos à escola e não sabem se vão conseguir buscá-los. A noção de diretos civis está em alta, só não sabemos como a população vai reagir a ela”, avalia.
Violência ainda surpreende
Nesta semana, a ONG “Voz das Comunidades” propôs uma reflexão sobre a violência na cidade do Rio de Janeiro que chamou a atenção das redes sociais. Em vídeo publicado no YouTube, pedestres foram convidados a ouvir áudios de tiroteios corriqueiros no Complexo do Alemão, sem saber onde foram gravados. “Iraque? Afeganistão?”, indagaram os ouvintes. A revelação desconcertou a todos. Assista!
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