A startup paulistana StoryMax vem revolucionando a maneira como clássicos da literatura chegam aos pequenos leitores. Aliando tecnologia e criatividade, a empresa oferece, através de um aplicativo, histórias interativas e animadas na telinha dos brinquedos favoritos da garotada: os tablets e smartphones.
O projeto é uma realização do casal Samira Almeida e Fernando Tangi que decidiram buscar uma atividade que desse mais sentido às suas carreiras e impactasse positivamente a sociedade, e perceberam essa chance no mercado de app books. Em 2012, depois de trabalhar por volta de três meses na história de Frankenstein, a jornalista e o designer lançaram o “Frankie for Kids”, um conto repleto de animação. Hoje, a startup conta com nove app books publicados e aguarda o lançamento da décima edição chamada de “Inventeca” onde, a partir de um livro de imagens, a criança ou até mesmo os pais poderão contar uma história que ficará gravada no próprio aplicativo. A ideia da empresa é atrair o público infanto-juvenil a desenvolver o gostinho pela leitura, explica Samira em entrevista para o Imil:
“A criança pequena ainda lê mais que o adolescente porque tem a presença de um mediador. Mas, a medida que cresce, os pais e professores acham que não precisam mais acompanhar a leitura, então as crianças começam a se responsabilizar pelos livros e às vezes escolhem obras que não vão gostar. Se não tornarmos a leitura mais atraente, não adianta. Desde o começo, nosso projeto era um livro com interatividade e efeitos de som e decidimos que seria bilíngue para testarmos todos os mercados possíveis. Depois de um ano, começamos a perceber que o Frankie for Kids estava sendo comprado em pacotes para escolas nos EUA”. Ouça a entrevista completa no player abaixo!
Em 2013, A StoryMax chamou a atenção dos holofotes do mercado com os prêmios “ComKids Prix Jeunesse Iberoamericano” e o “Prêmio Hipertexto de Tecnologia na Educação”. No ano seguinte, foram selecionados pelo SEED (Startups and Entrepreneurship Ecosystem Development) – programa de aceleração de startups promovido pelo governo de Minas Gerais -, que contribuiu para que eles pudessem estabelecer o modelo de negócio e entender o mercado de parcerias. Samira relembra o tempo que dividia entre a capital mineira e São Paulo para sua pós-graduação em Educomunicação, na USP:
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“Foi a hora em que realmente arriscamos tudo e fomos aprender como é fazer parte de uma indústria criativa, porque até então éramos mais criativos que indústria. Fazia a ponte aérea direto, mas foi sensacional pois consegui crescer como empreendedora”.
Como funciona
O aplicativo está disponível para download gratuito no Google Play ou App Store. Nele, há opções de livros pagos e gratuitos e, além de suas histórias, as obras apresentam conteúdos extras sobre o autor, a representação histórica do conto e os motivos para serem lidos nos dias de hoje. Também oferecem exercícios de reflexão e atividades práticas, explica Samira:
“Depois de ter refletido sobre o texto, propomos uma atividade para ser feita dentro da escola ou da comunidade, transformando o que foi aprendido em realidade. Espero que assim, consigamos contribuir bastante para o desenvolvimento sustentável”.