No mundo da tecnologia, é comum que empresas “pivotem” – ou seja, mudem consideravelmente o seu negócio para entregar soluções mais escaláveis e úteis para seus clientes. Mas uma startup catarinense se destaca pela quantidade de alterações de rumos: a Involves, fundada pelos empreendedores André Krummenauer, Pedro Galoppini, Gabriel Menezes, Leonardo Coelho e Guilherme Coan. Desde 2008, quando foi lançada, a startup “pivotou” 10 vezes. Agora, no entanto, o negócio está no rumo certo e fatura R$ 27 milhões por ano.
Um dos primeiros produtos criados pela Involves foi uma ferramenta para a gestão de consultórios odontológicos. Os empreendedores também apostaram em uma solução que controlava o funcionamento das impressoras e identificava se era necessário chamar um técnico. “Foram 10 produtos lançados até chegarmos ao nosso negócio atual. Acredito que muitos não deram certo por nossa inexperiência e também porque não entendíamos as necessidades do público”, afirma Krummenauer.
Últimas notícias
Paulo Guedes defende comissão com Câmara e Senado para acelerar a reforma tributária
Governo fecha acordo com Congresso para garantir megaleilão do pré-sal
Empresa interessada em concessões de infraestrutura poderá usar ‘títulos verdes’, diz ministro
A virada de chave
Em 2011, os empreendedores perceberam que a indústria tinha uma grande dificuldade de gerenciar as vendas de seus produtos nas redes varejistas. Com o objetivo de oferecer uma solução para este público, a startup desenvolveu um aplicativo para facilitar o trabalho dos promotores de venda, profissionais que trabalham para uma determinada marca, apoiam a equipe das lojas que vendem os produtos e cria estratégias para aumentar as vendas.
Com a ferramenta da Involves, era possível comparar os preços dos concorrentes e assim conseguir definir estratégias de marketing.
No início, a solução era voltada para os clientes de uma agência de merchandising. Com o tempo, a agência optou por cancelar o serviço. “Percebemos que ter um modelo de tecnologia exclusivo e customizado para uma empresa não era tão viável, devido aos custos. Foi aí que decidimos expandir e começar a oferecer a nossa solução para outros negócios”, diz.
Com foco em novos mercados, os empreendedores decidiram ampliar as funcionalidades do aplicativo. A ferramenta integrou uma configuração para mapear o preço dos concorrentes por reconhecimento de imagem. O promotor apenas tira uma foto da gôndola e os dados são automaticamente coletados.
O app também identifica quais são os produtos que estão faltando e mostra uma lista de tarefas que o promotor precisa executar em cada ponto de venda, como por exemplo, verificar se os preços estão corretos. A startup ainda usa ferramentas de inteligência artificial para coletar dados, como quais itens vendem mais, ou mesmo se a variedade de produto exposta está de acordo com a demanda do público. “Assim, fica mais fácil definir as melhores estratégias de vendas para cada produto”, afirma Krummenauer.
Atualmente, a plataforma possui 500 clientes e um faturamento anual médio de R$ 27 milhões. A startup já tem presença internacional: está presente em 20 países, como México, Colômbia, Chile, Argentina e Peru.
+ O que o Brasil pode aprender com as Coreias?
De acordo com Krumennauer, a internacionalização não trouxe adaptações às soluções da Involves. “Os promotores de vendas desses países têm ‘dores’ parecidas com as dos profissionais do Brasil. O que muda é a forma como negociamos. No México, por exemplo, o contato presencial é importante: é preciso tomar um café com os clientes para que eles confiem em sua empresa”, afirma. Segundo o empreendedor, 12% da receita da startup vêm de sua atuação no exterior.
Este ano, em um encontro que aconteceu em Quito, no Equador, os fundadores da Involves se tornaram Empreendedores Endeavor, devido ao impacto de empresa para o mercado.
Fonte: “Pequenas Empresas, Grandes Negócios”