A cidade de São Paulo, em consonância com a modernidade politicamente correta, tem, desde o último dia 5 de junho, uma lei que regula as políticas de mudança do clima no município. Num calhamaço de dezenas de páginas, 51 artigos, mais uma infinidade de parágrafos e um sem número de itens, subitens e alíneas, a tal lei pretende, de acordo com seu artigo 3º, formular, adotar e implementar planos, programas, políticas, metas e ações restritivas ou incentivadoras, promover o uso de energias renováveis, alterar normas de planejamento urbano e uso do solo, além de outras ações que visam a alcançar uma meta de redução de 30% das emissões antrópicas agregadas oriundas do Município, expressas em dióxido de carbono equivalente, dos gases de efeito estufa listados no Protocolo de Quioto². É isso mesmo que você leu, prezado leitor: as autoridades paulistanas estão propondo uma ambiciosíssima redução de 30% na emissão de dióxido de carbono, em pouco menos de 3 anos.
Das duas, uma: ou a meta não é para valer, ou, caso seja, os paulistanos devem preparar-se para o que vem pela frente. Não tenho idéia do que se pode fazer para alcançar tão ambicioso objetivo em tão pouco tempo, e duvido mesmo que as próprias autoridades tenham noção do que isso representa. Porém, uma coisa é certa: o custo tanto econômico quanto em termos de perda de liberdade poderá ser imenso. Para começar, como não poderia deixar de ser, a nova lei prevê a criação de novos cargos, novos colegiados e novas burocracias encarregadas da planificação ambiental da cidade.
Por acaso, tomei conhecimento dessa nova estrovenga legal no mesmo dia em que deparei com matéria da BBC http://news.bbc.co.uk/2/hi/science/nature/8299079.stm uma das “networks” mais comprometidas com a causa ambientalista dando conta de que, pelo menos desde 1998, não se tem notícia do famigerado aquecimento global. O tom da reportagem chega a ser cômico, a começar pelo título: “O que aconteceu com o aquecimento global?” A seguir, logo na primeira linha, já preparam o leitor para o “choque”: “esta notícia pode ser um pouco surpreendente, assim como o fato de que o ano mais quente da história não foi 2008, ou 2007, mas 1998″.
Porém, isso é verdade.
Nos últimos 11 anos não foi observado qualquer aumento nas temperaturas globais. Os nossos [deles, não meus] modelos climáticos não previram isso, embora o dióxido de carbono oriundo das atividades humanas, o gás reconhecido como responsável pelo aquecimento do planeta, tenha continuado a crescer”.
Confesso que dei boas gargalhadas ao ler a matéria. Mesmo que depois tenham tentado explicar que este esfriamento é natural, etc., etc., ganhei o dia ao ler aquilo.
Como muito bem disse o Dr. Jay Lehr, diretor do “The Heartland Institute”, em artigo que sugiro enfaticamente a leitura http://www.heartland.org/custom/semod_policybot/pdf/25354.pdf ,na íntegra, “algum dia o mundo irá acordar e rir, quando as pessoas finalmente entenderem que tudo isso foi uma grande piada”. Uma piada caríssima.
Muitos acham que há consenso sobre a responsabilidade humana pelo aquecimento global e as catastróficas consequências previstas. Não é verdade. Basta uma pesquisa rápida na Internet para comprovar que inúmeros especialistas de diversas nacionalidades, donos de currículos nada desprezíveis, têm contestado aquele diagnóstico. Aliás, apelar para algum suposto consenso é uma velha estratégia para evitar o debate, que convida ao adesismo e afasta a reflexão. O trabalho científico, diferentemente da política, dispensa consensos e requer que um só investigador obtenha resultados que sejam verificáveis. Os grandes cientistas da História são grandes precisamente porque romperam com o senso comum.
Se aceitarmos o princípio de que as emissões de dióxido de carbono devam ser monitoras, controladas e taxadas, como pretende a Prefeitura de São Paulo, estaremos abrindo a porta para as mais estapafúrdias interferências burocráticas em nossas vidas privadas. Deixaremos que nos digam em que tipo de casa morar, que produtos comprar, que transportes utilizar e até mesmo que alimentos comer.
“Se o aquecimento global não está ocorrendo atualmente, talvez devêssemos desejar que estivesse”, diz o mesmo Dr. Lehr. Muito mais mortes prematuras resultam do frio do que do calor, segundo ele. Temperaturas mais quentes diminuem a incidência de doenças respiratórias e cardiovasculares. Maiores quantidades de chuva, também provenientes de climas mais quentes, aumentam a quantidade de água em áreas onde ela é escassa.
Os possíveis danos causados por políticas ambientais voltadas para a redução das emissões de CO2, por outro lado, podem ser bem maiores que os provocados pelo próprio aquecimento global, caso ele fosse real e resolvêssemos simplesmente ignora-lo. Se o terceiro mundo for privado de explorar seus recursos naturais, como carvão madeira e petróleo, por exemplo, não só as populações desses paises continuarão a sofrer com sua miséria, suas doenças e sua baixa expectativa de vida, como também jamais terão condições de proteger seu meio ambiente, como atualmente fazem os países ricos.
“Mudanças climáticas não são um problema científico que obteve suporte político. Estamos falando de ativistas e políticos que encontraram numa questão científica a forma de obter mais poder e controle”, adverte o Dr. Lehr. De fato, o ambientalismo é a grande invenção dos modernos anticapitalistas, usada amiúde para fazer avançar uma agenda política que favorece o planejamento central e a ação cada vez mais intrusiva de governos locais, regionais e centrais inclusive a vetusta ONU. Com efeito, a exemplo do que já ocorria com a famigerada “função social da propriedade” http://www.midiaamais.com.br/brasil/1621-a-bola-da-vez , não existe hoje em dia melhor pretexto para obter controle sobre a propriedade alheia do que subordiná-la a interesses ambientais.
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