Caso existissem exames psicotécnicos para políticos, muitos seriam reprovados. A quantidade de líderes alucinados é assustadora. São fáceis de identificar. Os piores são os que deliram na sobriedade. São contidos. Transformam suas ideias tortas em considerações respeitáveis. Eliminam dúvidas com aparente franqueza e sinceridade. Mostram mansidão, todavia, atuam em profundidade. Manipulam os eleitores, a mídia e os companheiros. Não têm escrúpulos. Mentem e acreditam que estão imbuídos da verdade. São implacáveis.
Outros loucos da política são maiores que a vida. São grandiloquentes, expansivos e cheios de si, como Mussolini, que parecia mais talhado para açougueiro ou dono de cantina. Transitando por ideais políticos ao sabor da própria loucura, foi da esquerda à direita. Já Stalin saiu do banditismo e chegou ao genocídio. O albanês Enver Hoxha, herói do PCdoB, gastou milhões que seu país não tinha para construir milhares de casamatas individuais para soldados que o defenderiam de invasões só imaginadas.
Outros são menos alegóricos, mas igualmente insanos. Muitos se destacam pela frieza. Após conhecer Trotsky, Freud disse que suas pupilas brilhavam como as de um assassino ou religioso fanático. Acertou em ambos os diagnósticos. Trotsky, Lênin e Stalin formaram um dos trios mais sanguinários da humanidade. Sem loucura, jamais chegariam ao poder.
O grau de insanidade pode assegurar ou não a sobrevivência, pois quando loucos demais, terminam vítimas de suas neuroses e paranoias. Os que sabem maneirar vão passando por sãos e se mantêm. Sabem usar a loucura para se alavancar e criar oportunidades para fazer o acaso trabalhar em seu favor. Muitas candidaturas de sucesso foram manifestações de grande delírio antes de resultar em vitória.
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No Brasil, é nos períodos pré-eleitorais que surgem os malucos. Cercam os partidos tentando convencer que são detentores de elevado potencial. Com as pupilas dilatadas de Trotsky, afirmam que obterão votos e recursos. Chegam a ser agressivos com quem duvida. Outro tipo é o obcecado. É o estilo de Eduardo Suplicy, que só fala em renda mínima. Apesar de chatos, estes não incomodam muito, servindo para compor paisagem.
Hoje parece que os loucos estão em todos os plenários e gabinetes. Alguns são napoleões de hospício, outros, ditadores de opereta. Sempre foi assim, mas não se enganem. Além deles existem os que de louco nada possuem. Apenas surfam nas ondas de nossa debilidade cidadã e analítica. A política é um delírio.