Recentemente, uma reportagem da Bloomberg informou que, no notável teste CFA, específica certificação para profissionais da área de finanças e investimentos, agora constarão como assuntos para discussão tópicos de blockchain e de criptomoedas. Segundo a própria instituição certificadora, “essa não é uma moda passageira”.
A mensagem do CFA pode até ter sido interpretada por alguns como surpreendente ou até mesmo cômica, mas, na verdade, não é irreal. Não necessariamente pela imensa alta do Bitcoin (que valia virtualmente nada em 2010, encostou em 20 mil dólares no ano passado e hoje está acima de sete mil), mas sim pela presença cada vez maior deste tipo de disruptiva tecnológica.
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Em uma pesquisa com os dados listados na Investing Brasil, temos que a quantidade de criptomoedas é imensa. Com dados coletados na tarde do dia 24/07/2018, temos o seguinte cenário:
São 1937 criptomoedas listadas
Desse total, 1530 criptomoedas contam com captação
958 criptomoedas têm captação superior a US$1 milhão de dólares
95 criptomoedas têm captação superior a US$100 milhões de dólares
19 criptomoedas têm captação superior a US$1 bilhão de dólares
A tecnologia que dá base a cada uma dessas criptomoedas varia, mas todas elas têm como algum ponto a tecnologia do blockchain. Esta tecnologia é responsável por aumentar a segurança das transações realizadas e, por este motivo, o próprio setor bancário já se organiza para começar a utilizar suas benesses.
Unindo a melhoria na segurança das transações com a capilaridade possível das criptomoedas, temos que há real possibilidade de que elas tenham mesmo vindo para ficar.
Em relação a ativos como esses, pouco sabemos sobre os seus reais pilares de precificação – e por isso discussões sobre serem ou não bolhas ganham eternos capítulos. O que se sabe até então, é que oferecem múltiplas possibilidades até o momento, não existentes para a movimentação do dinheiro pelo mundo. Apesar de pouco sabermos, é inegável que sua presença tem potencial de transformar o meio como imaginamos hoje os pagamentos.
Em outras palavras: para o bem ou para o mal, bolha ou não, com estabilidade ou oscilações imensas, CFA está correto quando afirma que as criptomoedas vieram para ficar.
Fonte: “Terraço Econômico”, 24/07/2018