As disputas políticas costumam ser fonte de barbaridades. Mentiras, ataques vis, difamação, injúria, fake news e outros recursos são utilizados para adquirir apoio ou para desmoralizar adversários. A campanha eleitoral de Donald Trump é o exemplo mais claro dos tempos atuais.
O PT é grande mestre nesse campo. Sabe manipular fatos para conquistar mentes. Seus líderes são useiros e vezeiros em explorar a boa fé dos eleitores e em lançar mão de argumentos falsos para atingir a reputação dos que não pensam como eles.
Agora, buscam se safar da culpa pelas dificuldades que o país enfrenta. “Nós erguemos a Petrobras”, foi o que Dilma Rousseff declarou semana passada, em um post na sua conta no Twitter. Aproveitou para alegar suposto plano de destruição da Petrobras posto em prática “pelo governo golpista”. Incrível, não?
Até as pedras sabem que foram os governos do PT, particularmente o de Dilma, que quase destruíram a Petrobras. A estatal foi alvo do maior esquema de corrupção da história. Além disso, obrigaram-na a participar como operadora única na exploração do petróleo do pré-sal, controlando pelo menos 30% dos poços. Isso levou seu endividamento a nível excessivo e perigoso, que só recentemente, na gestão de Pedro Parente, começou a ser revertido. O controle de preços de combustíveis quase matou a Petrobras.
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Lula não fez por menos. No lançamento de sua candidatura à Presidência, na última sexta-feira, em Belo Horizonte, enviou carta aos convencionais, na qual diz que este é o seu compromisso de vida e representa a esperança. “É para acabar com o sofrimento do povo que sou novamente candidato à Presidência da República”, disse ele. Na verdade, foram ele e Dilma os autores da maior recessão da história, que jogou mais de 13 milhões de brasileiros na amargura do desemprego e reverteu ganhos sociais dos menos favorecidos.
O PT fez coro com Lula na estratégia de imputar ao atual governo a autoria dos problemas atuais do Brasil. O partido divulgou vídeo afirmando que “o povo quer, a lei permite, o Brasil precisa. Lula, o Brasil feliz de novo”. Na mesma linha, fala em crises do governo Temer e defende a liberdade de Lula. Pode?
A presidente do PT, Gleisi Hoffman, concluiu o evento afirmando que “Lula é o preferido do povo, é a única liderança capaz de conduzir o país à pacificação social”. E prosseguiu: “o povo não aceita retroceder. Com Lula se parcelava carro e casa. Agora se parcela combustível e gás de cozinha”. Demagogia é isso aí.
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Tudo indica que a candidatura Lula, caso registrada, será impugnada pelo Tribunal Superior Eleitoral. O PT corre o risco de não dispor de tempo para construir um Plano B, o que o alijaria do segundo turno pela primeira vez desde as eleições de 1989. O partido pode estar caminhando para o suicídio político.
Uma forte minoria por certo acreditará nas barbaridades ditas por Dilma, por Lula e pelo PT, mas eles bem que poderiam poupar a maioria de tanto descaramento.
Fonte: “Veja”, 10/06/2018