Outro dia, me perguntaram por que as empresas sobrevivem tão pouco tempo depois da formalização.
Segundo pesquisa do SEBRAE realizada em 2013, 24,4% das empresas fecham com menos de dois anos podendo chegar até 50% nos primeiros quatro anos.
Um problema marcante no mapa do Brasil é a desigualdade social causada pela má distribuição de renda. É fato que as regiões sul e sudeste concentram a renda e apresentam desenvolvimento visível e que, inevitavelmente, provoca reflexo na saúde das empresas. Afinal, quanto mais dinheiro circulando na economia, mais a indústria e o comércio são beneficiados pelo consumo.
A pesquisa realizada pela instituição também enfatiza a importância dos pequenos negócios para a economia do país.
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Nesse cenário, cabe ressaltar que uma das maiores falhas dos empreendedores é a falta de planejamento.
A gestão empresarial foca pontos importantes, tais como identificar se a ideia do negócio é viável, qual é o diferencial que a empresa tem em relação à concorrência, se o ponto é adequado para o tipo de negócio e se há demanda para o produto oferecido. Prever os custos também é fundamental para o sucesso do negócio.
Enfim, são muitos os motivos que levam ao insucesso, mas dentre todas as medidas preventivas que o novo empresário deve tomar está o custo tributário que suportará na realização de suas atividades. Conhecer cada tributo incidente sobre a operação é condição para o lucro. Isto porque todo encargo tributário deve ser considerado na formação do preço.
As obrigações fiscais como emissão de notas, escrituração de livros e a transmissão de declarações também devem ser motivo de preocupação, uma vez que deixar de cumpri-las acarreta autuações fiscais, levando a quebra do caixa.
O contribuinte também deve se preocupar com o melhor regime de tributação em razão de sua atividade, visando reduzir o seu ônus fiscal.
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É imprescindível ter suporte de um profissional qualificado, assim como realizar uma revisão periódica de sua escrita fiscal.
É necessário mudar a cultura de que contabilidade é um mau necessário.
Contabilidade é uma arma poderosa para uma gestão eficiente porque radiografa toda a performance do negócio.
As demonstrações contábeis trazem informações preciosas e permitem ao empresário avaliar para decidir.
Optar pelo regime de tributação adequado pode trazer uma economia considerável e isso provoca reflexos diretamente no caixa além do fato de que dinheiro gasto é custo que é agregado ao produto e embutido no preço.
Planejamento é a palavra-chave para o sucesso. Avaliar e controlar a operação no que diz respeito ás vendas, a margem de lucratividade, a concorrência de mercado e, especialmente, quanto a custos não repassados no preço, podem fazer muita diferença na gestão da empresa.
Por todos os motivos expostos, empreendedor, não fique preso apenas a conhecer o produto do comercializado pela empresa. Uma gestão eficiente é um processo mais amplo.
Fonte: “Medium”, 03/11/2018