Sete deputados do Partido Novo são os autores do Projeto de Lei # 2302/2019, que revoga a Lei 9.956 e permite o funcionamento de bombas de autosserviço, operadas pelo próprio consumidor, nos postos de abastecimento de combustíveis, em todo o território nacional.
Trata-se de uma ótima iniciativa, mas que certamente sofrerá forte oposição, dentro e fora do congresso, pois cria desemprego temporário. Os demagogos, os populistas e os arautos do atraso certamente farão de tudo para rechaçar a proposta, sob a alegação de que precisamos preservar os empregos, embora em países de primeiro mundo o autosserviço nos postos já ocorra desde a década de 1950.
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Progressistas contra o progresso
A Destruição Criadora e a soberania do consumidor
Há apenas cento e poucos anos, praticamente 70% da mão de obra estava no campo. Com o avanço da tecnologia (tratores, fertilizantes, colheitadeiras, sementes geneticamente modificada, etc.), esse número é atualmente de apenas 2% nos países desenvolvidos. Agora imagine como estaríamos hoje se a maioria das pessoas continuasse trabalhando apenas para produzir alimentos. Parece óbvio que setores de saúde, tecnologia, serviços e comércio, que hoje absorvem a maior parte da mão-de-obra, não teriam se desenvolvido e nosso bem estar estaria bastante prejudicado, não?
O progresso econômico e a destruição de empregos andam de mãos dadas. Empregos não são destruídos somente quando uma nova máquina ou programa de computador são desenvolvidos, mas também quando o trabalho fica obsoleto por conta de processos de produção mais eficientes e/ou baratos. A verdade é que nenhum país pode dar-se ao luxo de tratar empregos como uma riqueza a ser protegida da energia transformadora dos mercados. A força do capitalismo está justamente na sua dinâmica de destruição do que é obsoleto para criação do que é moderno.
O incentivo à competitividade, à produtividade e à eficiência exige coragem e disposição para substituir o antigo pelo novo. Nesse processo, a destruição de empregos é inevitável. Uma sociedade não pode colher os benefícios do progresso sem aceitar que alguns indivíduos possam sair perdendo. O processo de inovação não avança sem deslocar trabalho de alguns setores para outros.
+ Roberto Rachewsky: Governos não são empresas de seguro, são máquinas de coerção
Em resumo, para maximizar eficiência, a competitividade, a inovação e o dinamismo, a fim de aumentar o o padrão de vida da maioria, devemos dar boas vindas à destruição criadora em todas as suas formas, inclusive, senão principalmente, às máquinas que substituem e facilitam o trabalho humano. Eu sei que parece cruel dizer isso, mas o progresso não é indolor. Mas, em compensação, a estagnação é muito pior.
Fonte: “Instituto Liberal”, 07/06/2019