Nesta semana, devem ser divulgados os resultados da Prova Brasil de 2017. Os resultados são sempre divulgados em ano eleitoral – seja de eleição de Presidente e Governadores, seja de eleição de prefeitos. Políticos sempre farejam para ver se há algo que favoreça a sua imagem. Isso vem contribuindo para aumentar o interesse no tema. Vale notar também o amadurecimento da imprensa, que se interessa cada vez mais e de maneira cada vez mais profissional pelo assunto. Parece superado o tempo em que o “press-release” do MEC encerrava o assunto.
Surpresas são raras em qualquer prova bem-feita e que se repete com uma frequência tão elevada – de dois em dois anos. Eventuais baixas não esperadas quase sempre têm explicações plausíveis. Eventuais altas inesperadas, além de raras, são suspeitas. Qual a razão de tanto interesse?
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A principal razão é exatamente essa: identificar surpresas não-suspeitas, observar tendências que se consolidam ou desmentir pseudo-avanços que não se sustentam. A outra razão é a velocidade com que vem se tornando possível analisar os dados em confronto com outros. Uma terceira razão é o aumento do nível de sofisticação das análises e dos analistas – foi-se o tempo de opiniões simplistas e simplórias. Autoridades e jornalistas tomam cada vez mais cuidado para pesquisar e balancear suas reportagens, sob o risco de se desmoralizarem.
Avaliação é sempre um momento para reflexão – e nesta rodada da Prova Brasil, há muito sobre o que refletir. Em breve, na primeira página dos jornais – e também aqui neste blog.
Fonte: “Veja”, 27/0/2018