O Brasil é um país com características interessantes. Não que as outras nações também não tenham particularidades próprias, que as fazem tão interessantes quanto o Brasil.
Mas o que interessa agora é uma mania tipicamente nacional. Uma mania profissional, ou um mau hábito adotado por milhares de profissionais, que acham que ser chefe é mandar, dar ordens, sentar na mesa do chefe, cruzar as pernas e ficar vendo a banda passar no ritmo torto que a distorção causa entre os subordinados e outros chefes que sabem que ser chefe é muito mais.
Ser chefe é assumir responsabilidades, dar o exemplo, ensinar como se faz, ter paciência com quem não sabe, mostrar o caminho das pedras, responder pela equipe, levar a culpa pelo erro e consertar a casa, dando a cada um o que é de cada um, seja incentivo, punição ou recompensa.
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É curioso como tem chefe que acha que ser chefe é andar com cara de chefe, se vestir com roupas de chefe e almoçar fora com hipotéticos clientes que invariavelmente não viram novos negócios, nem garantem os que já existem.
O maior problema dos chefes que não sabem ser chefes é que eles atrapalham o andar da empresa. Boicotam os que podem lhe fazer sombra, incentivam os puxa-sacos, invertem a ordem natural das promoções e complicam o negócio, colocando em postos chaves protegidos que não dão conta do recado.
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Ser chefe é dar o exemplo. O Brasil vai mal porque nossos últimos líderes deram maus exemplos na vida pública e isso se espalhou para o mundo real. É preciso resgatar os chefes competentes. Mas para isso é preciso que eles possam aparecer. Às vezes um pente fino para saber quem faz o quê é um boa forma de consertar o que está errado.
Fonte: “Estadão”, 18/02/2019