Em sociedades coletivistas, ninguém é responsável pelos seus atos e os erros humanos são vistos não como resultado de escolhas livres e conscientes, cujas conseqüências devem ser suportadas pelo agente, mas como imposição de alguém mais poderoso, quando não da sociedade inteira.
Não tardará o dia em que as indústrias de bebidas serão responsabilizadas pelo alcoolismo e eventuais cânceres de fígado e estômago. As indústrias alimentícias serão responsabilizadas por mortes decorrentes de diabetes, além, é claro, de casos de obesidade e outras doenças causadas pelo consumo de calorias ditas não saudáveis, embora ninguém jamais tenha visto um funcionário dessas empresas apontando armas para a cabeça de algum consumidor a fim de obrigá-lo a consumir algo que não quisesse.
Será que as indústrias automobilísticas também serão responsabilizadas por não informarem devidamente aos seus clientes que acidentes de carro podem matar e que, pelo menos aqui no Brasil, essa é uma das principais causas de óbitos não naturais? Não sei, mas num ambiente coletivista, tudo é possível.
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Ademais, todos os mal afamados produtos citados existem porque os consumidores querem que eles existam. Embora muitos indivíduos sejam bastante imprudentes com a própria saúde, são suas vidas que estão em jogo e, portanto, num ambiente de liberdade, caberia somente a eles sopesar custos e benefícios, além de arcar com as consequências de suas escolhas.
Não duvido que, em mais alguns anos, essa trama coletivista acabe tornando ilegais não só os cigarros, mas a cafeína, as guloseimas, os refrigerantes, as bebidas alcoólicas e outros produtos considerados nocivos pelos arautos da dita “saúde pública”.
Responsabilidade pelas próprias escolhas? Quem ainda liga pra isso?
Fonte: “Instituto Liberal”, 01/02/2019