Finalmente uma boa notícia na área de Educação: o MEC incorporou a fluência de leitura como um elemento importante do ensino da língua e vai passar a avaliá-la em alunos do 2º ano do Ensino Fundamental. Neste ano de 2018, será feito um piloto – e, pelo visto, a avaliação da fluência de leitura passará a integrar a ANA – Avaliação Nacional da Alfabetização.
Até a década de 60, era usual a prática da leitura feita pelo professor em sala de aula. Os professores serviam como modelo. Além disso, “tomavam a leitura” dos alunos, individualmente. Essas práticas foram descontinuadas, junto com tantas outras, como a da alfabetização, mas felizmente estão retornando.
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A fluência de leitura é um componente importante do ensino da língua – é o elo que une a alfabetização com a compreensão do texto. A fluência leva à leitura automática – e isso é uma condição essencial para a compreensão. Para os interessados no assunto, indico “um manual de desenvolvimento da fluência de leitura”, elaborado por mim em parceria com a Juliana Cabral Junqueira de Castro.
A par do avanço, cabe comentar dois aspectos que marcam o ranço do centralismo e da “velha política” do MEC: primeiro, o Ministério passa por cima da federação (dos municípios e estados) e continua a se dirigir diretamente às escolas. Segundo, estabelece “parcerias estratégicas” na escolha de seus interlocutores para elaborar e aplicar a avaliação, em vez de utilizar dos mecanismos saudáveis da transparência e da competição. Enfim, um passo para frente, dois para trás.
Vamos celebrar o passo adiante e unir esforços para que nossas escolas retomem as velhas práticas do ensino da boa leitura.
Fonte: “Veja”, 27/09/2018