Ano que vem teremos a próxima eleição presidencial no Brasil, e com tantos acontecimentos, principalmente no âmbito político, fica difícil prever como será o cenário que está por vir. Assim, prestar atenção na realidade eleitoral dos países vizinhos pode nos ajudar a pensar sobre possíveis tendências e desafios.
Um dos assuntos mais comentados no momento tem a ver com o novo nome que ocupará o cargo de presidente do Peru, que será decidido no 2° turno, dia 6 de junho. Enquanto a data não chega, as especulações aumentam a cada dia, uma vez que os candidatos são de orientações políticas opostas.
O candidato Pedro Castillo é um professor sindicalista da esquerda radical e entre suas propostas está a estatização de setores importantes da economia. Já Keiko Fujimori é de uma direita, que defende o mercado e pretende impor o uso da força.
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O ex-embaixador e atual presidente do Conselho Superior de Comércio Exterior da FIESP e do Conselho Deliberativo da SOBEET (Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica), Rubens Barbosa, explica que não é tão simples prever eventuais repercussões baseando-se apenas no resultado para o 2º turno. Ouça o podcast!
“O que fica claro é que o candidato mais votado é considerado da extrema esquerda e no 2º lugar temos o oposto. Então é difícil fazer qualquer previsão antes de se ter o resultado final, porque são duas vertentes totalmente diferentes. A única coisa que une os candidatos é que são muito conservadores em termos de costumes”, apontou.
Mesmo ainda não tendo o resultado das urnas definido, fica o questionamento se as eleições brasileiras em 2022 sofrerão algum tipo de influência do Peru, podendo apresentar também novas discussões e disputas entre candidatos de posições tão opostas.
No entanto, Rubens Barbosa deixa claro que não considera possíveis impactos. “Não acredito que o que ocorre no Peru hoje vá ter qualquer influência aqui no Brasil. Se a extrema esquerda vencer, provavelmente o Peru ficará isolado com a Venezuela. Se a direita ganhar, se juntará a países como Equador, Chile e Colômbia. Teremos o aumento do número de governantes de centro-direita”, exemplificou.
Embora o resultado da eleição para escolha do novo presidente peruano aparentemente não traga motivos para preocupação dos brasileiros, do ponto de vista econômico, vale a pena observar as consequências das prováveis mudanças.
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“Se o candidato da esquerda ganhar, será importante acompanharmos o que vai acontecer, pois ele terá uma visão estatal muito forte, vai nacionalizar empresas. Será um problema sério. Mas a situação econômica e política instável do Peru vai continuar mesmo se a direita ganhar, porque a esquerda vai sair muito forte dessa eleição, ainda que perca”, afirmou.
No momento, o que podemos fazer é esperar os resultados serem definidos para só depois iniciarmos possíveis análises. “Vamos aguardar os acontecimentos lá no Peru. É uma eleição importante, assim como foi a do Equador recentemente. Vamos ver as tendências que vão emergir dessa eleição”, concluiu.
O exercício da democracia é fundamental para que um país alcance novos patamares econômicos e sociais, por isso, escolher de forma consciente o candidato que vai representar a nação é tão importante. As eleições brasileiras serão apenas no próximo ano, mas desde já se informe sobre propostas importantes para o nosso país, fiscalize e cobre medidas dos atuais governos, e em 2022 escolha os candidatos que melhor representem as suas ideias.