Incrível como é desperdiçada energia no Brasil com uma postura, reação e resistência a reformas de modernização do país. Há muito jogo para torcida, de curtíssimo prazo, e a crença em um mundo que não existe mais, já era inviável há 30 anos.
O caminho das reformas é incontornável, e deverá seguir até 2030, juntando os esforços de três mandatos presidenciais, sejam quais forem os Presidentes.
Incontornável por que a alternativa é a simples insolvência dos serviços públicos, previdência e da credibilidade do país, e de governar na contenção do caos. A reforma do Estado mais completa já vem com um atraso de pelo menos duas décadas, buscando encerrar privilégios anacrônicos, e enfrentando obstáculos com argumentos poucos senão o corporativismo. Nos estados, municípios, no Legislativo e Judiciário há um desafio ainda mais profundo, de substituir uma estrutura barroca de privilégios e antifuncional a partir de regras um pouco mais arejadas, saudáveis.
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Teremos até lá uma inevitável discussão sobre a questão social, sobre o desmonte do estado populista genérico e uma substituição por políticas mais ativas e de resultado; a desburocratização, simplificação e digitalização de um dos maiores entes governamentais do Ocidente, que é complexa, mas inevitável; e a necessária extinção de privilégios previdenciários e funcionais, mais próxima à lógica de governo mundial e ao mercado da vida real do país. A modernização da economia, o destravamento do empreendedorismo em um dos países de grande porte com pior ambiente de negócios do mundo. O caminho será duro, árduo, exigirá resiliência,debate, construção de maioria.
A reforma da Previdência deverá ser a primeira de várias reformas da Previdência até 2030, com pelo menos dois estágios subsequentes de ajustes, possivelmente a cada novo presidente eleito. O modelo atual é impagável, importante iniciar o ajuste o quanto antes com a aprovação do melhor pacote politicamente possível nos dias de hoje. Haverão outros até 2030.Isso é bom avisar, e entender.
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Mas o comportamento de simples resistência a reformas é uma negação geracional, uma incompreensão das mudanças do mundo, a crença em uma ficção de uma equação que não fecha. Difícil acreditar em pessoas das gerações Y e Z defendendo “zero” reformas e direitos “adquiridos”, alguns seculares ou por manobras burocráticas. Até que ponto se está buscando adesão a agendas que são apenas muito próprias e corporativistas, e contrárias ao interesse macro do País?
É bom que mais brasileiros desenvolvam o espírito crítico construtivo e se acostumem e saibam construir, debater, propor, inovar nesse longo ciclo reformista.