Se você pensa que só há plantações em grandes centros urbanos, você está enganado. O mercado da agricultura urbana vem ganhando espaço nas cidades.
A concentração da população em centros urbanos e a ascensão dos movimentos de alimentação saudável ajudam a explicar a popularização do modelo entre consumidores de diversos perfis e faixas etárias.
O aumento da conscientização sobre questões de sustentabilidade é outro fator que vem impulsionando a criação de negócios no setor.
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“Esse tipo de horticultura propicia diversos benefícios ambientais e sociais. A diminuição de resíduos orgânicos em aterros sanitários, a criação de refúgios para microfauna e o arrefecimento de zonas de calor em áreas concretadas são apenas algumas das vantagens”, afirma Luis Fernando Amato Lourenço, engenheiro ambiental integrante do Grupo de Estudos em Agricultura Urbana (Geau) do Instituto de Estudos Avançados da USP.
Confira a seguir dois negócios que inovam neste segmento:
1. Fazu
A Fazu é especializada na estruturação de redes de fazendas urbanas. Criada em 2015 pelo publicitário Reginaldo Siqueira, 54 anos, a startup paulistana oferece capacitação, equipamentos e canais de distribuição para pequenos agricultores.
Os alimentos cultivados pelos produtores são comprados pela própria empresa e revendidos para clientes como restaurantes, supermercados e condomínios. “Não somos donos das fazendas. Essa estratégia nos permite nos envolver mais com o ecossistema e controlar a logística que liga produtores e consumidores”, afirma Siqueira.
Com três unidades instaladas na zona sul de São Paulo, a Fazu abastece um total de sete restaurantes e 18 condomínios da região. A capacidade de produção atual está na casa dos mil pés de hortaliças por mês.
Em fase de negociação com investidores, Siqueira pretende inaugurar uma fazenda de 11 mil metros quadrados nos próximos meses. “Nosso objetivo é expandir a operação para centenas de fazendas no Brasil”, diz.
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2. Noocity
O sistema de cultivo desenvolvido pela Noocity, startup luso-brasileira de agricultura urbana, permite que reservatórios de água sejam abastecidos em intervalos de até três semanas. Os módulos básicos medem apenas 35 cm X 125 cm e geram uma economia de até 80% no consumo de água.
A versão mais simples custa R$ 538. “Trata-se de uma solução que resolve problemas comuns de quem está começando uma pequena horta. Além do tamanho compacto, o sistema não depende de uma rotina rígida de irrigação”, afirma o sócio Rafael Loschiavo, 34 anos, responsável pela operação no Brasil.
Com um modelo de negócio baseado na venda dos equipamentos e em serviços de consultoria de cultivo, a Noocity reúne uma carteira de mais de mil clientes no país. O portfólio inclui escolas, restaurantes, lojas, hotéis e escritórios.
Além dos growbeds — como são chamados os módulos de irrigação inteligente —, a empresa também desenvolve pequenos pockets de cultivo que podem ser fixados em paredes. Trabalha ainda como consultoria. “Além de complementar a receita de vendas, os serviços de consultoria ajudam os clientes a usar os produtos de maneira adequada”, diz Loschiavo.
Fonte: “Pequenas Empresas & Grandes Negócios”