Apesar de ser um país jovem, o Brasil gasta o mesmo com a Previdência do que nações com a população envelhecida. O grande impacto nas contas públicas, consumindo mais de 14% do PIB, não é a única desvantagem do atual sistema: considerado injusto com os mais pobres ao mesmo tempo em que beneficia brasileiros de classes elevadas. Esta foi a questão central da 135ª edição do Imil na Sala de Aula. Alunos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) tiveram a oportunidade de esclarecer dúvidas em uma aula exclusiva ministrada pelo economista Paulo Tafner, um dos maiores estudiosos em Previdência do país. Assista na íntegra o evento!
A cada ano, a despesa previdenciária da União aumenta R$ 50 bilhões. Esse incremento é maior do que todo o programa Bolsa Família, por exemplo. Tafner salienta que, como se não bastasse o impacto no Orçamento, as distorções fazem com que patrões se aposentem dez anos mais cedo na comparação com seus funcionários.
Engana-se quem pensa que um possível crescimento da economia mudaria este cenário. Um dos exemplos dados por Tafner é em relação à produtividade brasileira. “Em 1950, o Brasil tinha 5% de idosos e a idade mediana era de 19,7 anos. Em 2100, o país será o nono mais velho, na frente da Suíça, Espanha, Bélgica, enfim… Isso significa que o nosso percentual de produtividade vai ser menor”, destaca, ressaltando que a transição demográfica brasileira foi extremamente rápida e inesperada.
“Nos anos 60, Brasil e Japão tinham a mesma produtividade. O Japão disparou e o Brasil não. Nos anos 80, Coreia e Brasil tinham a mesma produtividade. A Coreia disparou e o Brasil também não”, relata. A média produtiva de países da África e da Ásia também é maior do que a brasileira.