O preso Thiago Costa dos Santos, de 25 anos, morreu nesta quinta-feira, atingido com um tiro na cabeça, durante um tumulto envolvendo duas facções criminosas na Penitenciária de Pedrinhas, unidade do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís (MA). Com isso, chega a 20 o número de detentos assassinados em presídios do Maranhão neste ano. Ao todo, 13 aconteceram no Complexo de Pedrinhas, que nos últimos dias tem vivido uma série de tumultos.
De acordo com a Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap), outros três internos e um funcionário de uma empresa terceirizada foram baleados. Os presos feridos – identificados como Marcelo Brício Ferreira, Carlos Santos Silva e Wagner dos Santos Lima – foram levados ao Hospital Municipal Clementino Moura e já receberam alta. Só um funcionário da empresa Civiliza, Isaac William Montes Giurte, atingido no tórax, permanece internado num hospital particular.
Segundo a (Sejap), o motim, começou às 9h20 da manhã de quinta-feira, quando Isac foi rendido e baleado por presos da facção “Bonde dos 40”, que estavam no pavilhão F-1 armados de revólveres e garruchas.Em seguida, os presos do “Bonde” atacaram outros internos do grupo “Primeiro Comando do Maranhão” (PCM), ocupantes do pavilhão F-2, que tomavam banho de sol na quadra da unidade. Nesse momento, Thiago, Marcelo, Carlos e Wagner teriam sido baleados.
O motim se espalhou pela unidade e só foi controlado às 16h, após uma ação policial que contou com o Grupo Especial de Operações Penitenciárias (Geop), o Batalhão de Choque da Polícia Militar e um helicóptero do Grupamento Tático Aéreo (GTA). Uma revista feita pelo Choque encontrou, nas celas do pavilhão F-1, dois revólveres calibre 38, 44 munições de revólveres 38 intactas, duas garruchas artesanais, seis celulares e um carregador de celular. Em meio ao tumulto, um detento, identificado como Lucas Ribeiro, conseguiu fugir, e até a manhã de hoje (5) não havia sido recapturado.Oitenta detentos da PP foram transferidos para outras unidades de Pedrinhas.
Crise desde o ano passado
O sistema prisional maranhense vive uma séria crise desde o fim de 2013, ano em que 60 detentos foram mortos em prisões do estado, segundo o Conselho Nacional de Justiça. Ao menos quatro deles foram decapitados.
Para combater a crise no sistema, a governadora Roseana Sarney (PMDB) – que chegou a dizer, em janeiro, diante do ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), que o crescimento da violência no Maranhão ocorria “porque o estado está mais rico” – tomou uma série de medidas que, ao menos por enquanto, não surtiram efeito. Os assassinatos de presos, os motins e as fugas (e tentativas) continuam.
Um mutirão carcerário foi realizado e foi prometida a construção de novos presídios no estado – um deles, de segurança média, na mesma área de Pedrinhas –, mas nenhuma obra está concluída, até o momento.
Fonte: O Globo
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