O Banco Central prevê inflação menor para este ano e para o ano que vem. De acordo com o relatório trimestral de inflação, divulgado pela autoridade monetária nesta quinta-feira, a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado oficialmente no sistema de metas, passou de 4,2% para 3,8% para 2018. A estimativa se afasta cada vez mais da meta central estipulada pela equipe econômica.
A tarefa do BC é deixar a inflação em 4,5%. No entanto, há uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo para acomodar choques positivos ou negativos nos preços. Nos últimos 12 meses, entretanto, a inflação acumulada está abaixo do piso da meta: em 2,8%.
“A inflação tem sido baixa, medida não somente pelo IPCA, mas também por diferentes medidas de inflação subjacente. Esses níveis correntes de inflação contribuem, por meio de mecanismos inerciais, para níveis de inflação mais baixos no futuro”, disse o Banco Central no documento. “Por outro lado, a política monetária estimulativa favorece o estreitamento da capacidade ociosa dos fatores de produção, contribuindo para a convergência da inflação para a meta”.
Para o ano que vem, o BC cortou a previsão para o IPCA de 4,2% para 4,1%. A meta para 2019 é de 4,25% com 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
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Já a previsão de crescimento para este ano ficou estável em 2,6% para este ano.
No relatório de inflação, o Banco Central reforçou o recado dado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) de que haverá mais um corte na taxa básica de juros da economia (Selic). Ela deve cair dos atuais 6,5% ao ano para 6,25% ao ano e ficar nesse patamar por um bom tempo.
O BC aproveitou ainda para rebater as críticas de que os juros não têm caído para o consumidor final porque os bancos não repassam a queda da Selic. Dedicou um capítulo inteiro ao tema. O estudo apresentado diz que “a despeito das particularidades”, a política monetária tem sido efetiva em reduzir o custo de financiamento do crédito e em estimular o crescimento de novas operações.
“A abertura dos dados por principais modalidades de pessoa física revela redução disseminada dos custos entre as distintas operações de crédito a partir de abril de 2017, com exceção do cheque especial, de forma consistente com o ritmo de flexibilização da política monetária”, afirmou o Banco Central.
Fonte: “O Globo”